Jamais se esquece a primeira vez
Por mais que tentamos esquecer, nunca esquecemos a primeira vez – não importa qual o assunto, mas sempre fica marcado. Assim também com a nossa primeira professora.
A imagem da primeira professora marcará para sempre a nossa vida na terra – embora alguns dizem que somos todos professores (pois ensinamos e aprendemos a todo instante), digo que sou contra tal idéia. Mas como o assunto aqui não é para tanto, deixo-me levar pelas teclas do teclado e relatar algo que marcou a minha vida.
A minha primeira professora – tratarei do texto em primeira pessoa, pois foi a ‘minha primeira professora’: dona Marli – não sei se ainda vive, pois perdi o contato com ela há uns quatro anos. A infância é povoada de assuntos e entre eles: o primeiro dia de aula, a primeira professora, as primeiras letras.
Dona Marli trazia consigo o carisma que – por incrível que pareça – toda professora das primeiras letras têm. Exuberava em talento. A maestria de suas aulas fazia-me apaixonar pela arte de ensinar – talvez naquela época desconhecia, mas hoje sei que o amor que tenho a minha profissão (ao magistério) venha daquele tempo. É um amor que arde a mente e o coração quando noto que algum dos meus alunos aprendeu... Raros momentos o professor tem de emoção, pois a cada ano novas turmas são formadas – e o mestre continua ali. Raras vezes consegue formar discípulos, mas dona Marli no seu esplendor de ensinar formou um discípulo: eu!
Pelo mito da arte de ensinar, gostaria um dia de formar um discípulo. Creio que ela formou não apenas eu, mas vários que passaram pela sua mão estão hoje no magistério. Ficarei eu contente de saber – daqui a alguns anos – que pelas minhas mãos e a partir dos meus atos consegui ajudar e formar um futuro mestre. Digo mais: quando souber de tal façanha dedicarei tal peripécia a minha primeira professora.