Alexandre Menezes
Insuportavelmente de mau humor. Por mais que tentasse animá-la, tudo era em vão. Carinhos e convites retribuídos com reclamações. Indisposição para tudo e todos e ele só queria ao menos dançar. Sempre indecisa e, muitas vezes, insuportável.
Sexta feira era dia para o tédio. Sábado era um grande mistério saber como iria acordar. Geralmente, amanhecia com os restos da noite mal dormida convertidos em olheiras, diversas queixas e enxaqueca. Seguiam semanas de tentativas inválidas. Ele mentia e fingia se conformar.
Convivência é algo difícil. Talvez o pior dos vícios seja conformar-se com as respostas cotidianas negativas para tudo. Por fim, já sabia o resultado antes mesmo de perguntar. Rabugice tão grande quanto o sentimento que o fazia permanecer ali.
Após sugestões para que fosse embora ou para o inferno, durante o caminho, são tantas ruas. Nelas, tantos happy hours com portas sempre abertas e cheios de colegas e pessoas por perto. Num deles entrou e, sem perceber, sorria de qualquer besteira pronunciada por alguém que havia notava e se interessado em por fim àquela tristeza.
De um bar para uma dança é um salto. Não contava com o pulo, mas, após maus tratos e desprezo constantes, doses de vodka e atenção fazem o corpo e a mente agitarem e transpor qualquer obstáculo. A pista, a dança, o beijo, a carona, a cama o espelho: a cerca.
Remorso combina com o amor. Foi normal saber que o número telefônico da agenda fora apagado. Passou a perder noites de sono por sentir-se como um criminoso. Porém, aquele mau humor insuportável permanecia.
Noutras madrugadas de insônia, pelo seu doce remorso, sorria feliz por lembrar-se das palavras, dos lindos olhos verdes, e da sua última noite sem todas as mesmices. Ele só queria sorrir e dançar. Ser feliz. Na memória, o número sempre surgia. Faltava coragem. Só queria ser parte de um casal feliz. Suspirava.
OBS- Texto inspirado na canção “Dançar na Buaty” ( é assim mesmo a título) da banda Polara. Segue link:
http://www.youtube.com/watch?v=ZZt9ljFeh0g
Insuportavelmente de mau humor. Por mais que tentasse animá-la, tudo era em vão. Carinhos e convites retribuídos com reclamações. Indisposição para tudo e todos e ele só queria ao menos dançar. Sempre indecisa e, muitas vezes, insuportável.
Sexta feira era dia para o tédio. Sábado era um grande mistério saber como iria acordar. Geralmente, amanhecia com os restos da noite mal dormida convertidos em olheiras, diversas queixas e enxaqueca. Seguiam semanas de tentativas inválidas. Ele mentia e fingia se conformar.
Convivência é algo difícil. Talvez o pior dos vícios seja conformar-se com as respostas cotidianas negativas para tudo. Por fim, já sabia o resultado antes mesmo de perguntar. Rabugice tão grande quanto o sentimento que o fazia permanecer ali.
Após sugestões para que fosse embora ou para o inferno, durante o caminho, são tantas ruas. Nelas, tantos happy hours com portas sempre abertas e cheios de colegas e pessoas por perto. Num deles entrou e, sem perceber, sorria de qualquer besteira pronunciada por alguém que havia notava e se interessado em por fim àquela tristeza.
De um bar para uma dança é um salto. Não contava com o pulo, mas, após maus tratos e desprezo constantes, doses de vodka e atenção fazem o corpo e a mente agitarem e transpor qualquer obstáculo. A pista, a dança, o beijo, a carona, a cama o espelho: a cerca.
Remorso combina com o amor. Foi normal saber que o número telefônico da agenda fora apagado. Passou a perder noites de sono por sentir-se como um criminoso. Porém, aquele mau humor insuportável permanecia.
Noutras madrugadas de insônia, pelo seu doce remorso, sorria feliz por lembrar-se das palavras, dos lindos olhos verdes, e da sua última noite sem todas as mesmices. Ele só queria sorrir e dançar. Ser feliz. Na memória, o número sempre surgia. Faltava coragem. Só queria ser parte de um casal feliz. Suspirava.
OBS- Texto inspirado na canção “Dançar na Buaty” ( é assim mesmo a título) da banda Polara. Segue link:
http://www.youtube.com/watch?v=ZZt9ljFeh0g