Rua 25 de março...Cadê você...? Agora acredito em gnomos.
Após algum tempo, fui hoje à rua 25 de Março, famosa aqui em Sampa.
Quem não a conhece tentarei descreve-la. Nela encontramos CDS com o cadastro de quase todos os contribuintes do Brasil, você compra e depois é só sacanear o cara comprando no nome dele, sacou?
Tem Galeria dos chineses, claro que tudo falsiê. Mas também qual o problema? Falso ou verdadeiro o importante para o consumista é ter o produto. É um festival de barracas espalhadas pelos cantos, beiradas, esquinas, portas das lojas, penduradas nas paredes como lagartas. Um festival de inutilidades e às vezes coisas úteis. Lá compra-se e vende-se de tudo, um verdadeiro Paraguai. Se bobear até mãe em pó você encontra.
Os camelôs berram oferecendo sua quinquilharias, imagine que até drogas em plena luz do dia é vendida nessa rua famosa .
O dificil é andar no meio disso tudo, as calçadas tomadas pelos ambulantes legalizados e os ilegais, que formam a maioria. Para transitar nesse espaço temos que disputar na rua ,um lugar com os carros, é, lá passa carro. Tomar cuidado com a carteira é outro detalhe importante, podemos ficar sem ela, sem a bolsa, sem o guarda-chuva, sem voz de tanto gritar por socorro ou ...
Mas, acredite quem quiser, tem gente que adoraaaaa ir a esse lugar, e quando chega em casa mostra um festival interminável de objetos sem nenhum uso prático.
Nesse comércio da loucura existe também coisas úteis e mais baratas, propicias ao nosso bolso.
Pois então, como estava dizendo, hoje fui a essa rua. Mas...qual foi o meu espanto ao chegar lá.
Onde estavam os camelôs? Só avistei uns poucos em barracas arrumadas, organizadas.Ninguém correndo do rapa, sem gritos, até pude , pela primeira vez´, andar na calçada. É na calçada, hoje não disputei espaço com os carros. Onde estava os montes de lixo ? Será que estava na rua certa?
Pela primeira vez em muitos anos, pude perceber que atrás daquele emaranhado de coisas de antes, havia prédios. E que prédios, alguns com arquitetura antiga, pintados, bem conservados. Meus olhos viam, mas minha mente não processava .
A segurança reforçada pela polícia militar em todos os cantos. Patrulhando, orientando, assegurando uma organização inigualável. Calma minha gente não sou policial, sou professora e já apanhei de polícia, mas hoje eu tiraria o meu chapéu, se tivesse um, para a corporação.
Em determinada altura da rua, percebi o chão molhado. Mas não estava chovendo. Urina não era, só se fosse de algum gigante. Percorrendo um pouco mais eis o que ví, pasmemmmm, um caminhão da prefeitura com um mangueirãooooooooo, lavando as ruas. Isso não é uma beleza? Será que estamos chegando ao Primeiro Mundo? Não delirei, não fumei baseado, não bebi. Vi mesmo essa transformação na rua mais famosa de Sampa, quiçá do Brasil. Depois disso acredito em gnomos.