SONHEI QUE EU ERA UM DIA UM PLAGIADOR...
Eu confesso que não sei fazer poesia. Não sei das regras todas e as poucas que aprendi, não me ensinaram como respeitar, do jeito que muitos poetas de verdade fazem sem comprometer em nada o prazer que causam a si mesmos e aos que os lêem. Mas renitente, faço versos assim mesmo. O azar, infelizmente fica com quem topar com a minha ousadia em alguma publicação que espalho por ai. No mais, tudo o quanto escrevo gosto que seja meu mesmo. Cito trechos de outros autores, sim, mas prezo muito o pensamento próprio, um zelo de originalidade. Às vezes surge na cabeça uma frase de efeito, um bordão, quase gíria e o que faço? Vou lá na busca, onde está o mundo. O google primeiro e o resto depois. O mundo, já reparou que está todinho quase na internet? Quer ser original? Escreva uma frase, crie uma palavra, faça um verso e submeta-o ao teste da busca. Se aparecer fora do seu contexto, é original. Pode publicar. Você terá ainda o benefício de aparecer toda primeira vez que alguém for fazer uma busca semelhante. Já experimentei isso quando fiz uma série sobre músicas com história. Criei a expressão “Aedo Cibernético” e pude ver que eu era o único sujeito no mundo virtual que a havia usado. Podem conferir, só vai dar eu. Que coisa fantástica! Só para mim, no entanto, sem merecimento de louro algum. Afinal, que bem eu fiz para a humanidade? Absolutamente nenhum. Mas me deu uma alegria danada. Ah, isso deu!
Há um bom tempo venho matutando com uma frase com a qual sonhei um dia. Me levantei no meio da noite e deixei anotado nos meus “papelim de bordo”. Me parecia tão familiar que ficou sob suspeita. Mesmo depois de consultar o google, yahoo, cadê, bing e outros menos votados eu acho que já vi em algum lugar. Pensei em fazer um poema, afinal é uma frase digna de andar no alforje de qualquer poeta. Eis a frase:
“Lamento que se apiede de mim em tristes notas de pé de página, mas não deseje que a minha vida se eternize em poesia.”
Agora começo a achar que foi uma autocomiseração. Não descobri, não fiz poema e ela ficou servindo para registrar alguma originalidade. Mas, por favor, se isso foi um lapso de meu subconsciente relapso e você já ouviu, leu ou é dono dela, pode dizer que eu retifico. Se não, eu registro.