O Segredo da Boa Forma
O Segredo da Boa Forma
Anda em voga pelo mundo a preocupação exacerbada pela boa forma física. Não faltam as revistas, as propagandas e as fórmulas mágicas. Os canais de televisão estão infestados destes apelos modernos. Na verdade, o homem sempre buscou o miraculoso elixir, mas onde encontrá-lo, afinal? Uma coisa posso afirmar com convicção: a verdade, a verdade incontestável, não serei eu nem outro ser humano a ditar a humanidade. Mesmo porque não há essa verdade incontestável no que se refere à boa forma física. Posso tecer comentário em forma de conselhos que poderão alcançar e beneficiar a quem por eles sentir atração. E é bom deixar claro: não vou cobrar nada por isto.
Tenho aprendido com a experiência, e procuro colocar em prática, princípios ditados pela observação e pelo bom senso. Muitas vezes julgamo-nos capazes de alcançar um resultado que vai alem do limite estabelecido pela natureza de nós mesmos. Queremos valorizar a aparência externa nem que para isso tenhamos que castigar o organismo com suplementos totalmente dispensáveis. A natureza, na sua sapiência, torna muito fácil as coisas para nós. Não sei por que existem pessoas que se arriscam a pagar um preço caro demais em troca de uma compensação fugaz e improvável. Temos tudo ao nosso alcance para uma vida saudável. Não há, a meu ver, a mínima necessidade de preocupação quanto ao que comer e em que momento e em que quantidade. Em primeiro lugar, manter a harmonia interior, seguindo as exigências naturais do organismo: comer quando sentirmos fome, beber para matar a sede. É esta simplicidade que vai garantir a nossa saúde. Quando, fugindo a isso, tentamos, a todo custo, seguir a moda, começamos a nos desviar do óbvio, desvalorizando as maravilhas colocadas por Deus ao nosso redor para uma vida feliz.
Um dos interesses principais do ser humano é o comércio que, sem dúvida, move as sociedades. Torna-se assim o dinheiro o padrão de medida do poder de uma pessoa; ela acaba valendo pelo que tem e pelo que consegue impressionar externamente, ou pelo menos pensamos que assim seja. No fundo, sabemos que isto não corresponde à verdade, que tudo não passa de uma grande ilusão. Queremos, de alguma forma, fugir a isto, mas a influência, que vem de todos os lados, segue a nos empurrar como uma onda gigante para dentro deste mar bravio de imprudências.
Se quisermos ser independentes, seres que não se deixam impressionar nem iludir, precisamos desenvolver nossa inteligência. Só o fato de sentirmos ocasionalmente aquele grande vazio interior já é para nós um alerta bem vindo e oportuno. Se, através do estudo, procurarmos um caminho, vamos, sem dúvida, encontrá-lo. Muitos são os que partem para o extremo oposto, fazendo consigo mesmos votos de pobreza, solidão e, até mesmo, isolamento. Mas não é por aí. Precisamos usufruir com alegria e gratidão as bênçãos que nos são ofertadas. Ser belo, rico, famoso, sábio, tudo representa uma missão concedida com um propósito definido; é só utilizarmos com vistas à melhoria do mundo. Daí só pode resultar a felicidade.
O que condenamos aqui é a exploração da fraqueza ou da ignorância do outro com fins comerciais. Lucrar com a mentira é crime odioso e passivo de punição exemplar. Infelizmente é o que mais vemos no mundo de hoje. As pessoas vivem buscando na fugacidade e na ilusão – que longe de lhes proporcionar a almejada felicidade, ocasionam-lhes momentos de dor e sofrimento – uma forma de compensar a falta de qualidades perenes e verdadeiras. Enquanto olharmos o outro apenas externamente estaremos sempre propensos à inveja e ao desânimo. Viver feliz é sentir gratidão em primeiro lugar pela chama maravilhosa da vida que pulsa dentro de nós. Daí nasce o entusiasmo de buscar o melhor para nós, valorizando cada minuto e cada ser no nosso dia a dia