ESCÂNDALOS LINGUÍSTICOS
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Chegou às minhas mãos um documento até certo ponto hilário. Por outro lado, um documento triste pelo que nele está contido. Trata-se da dissertação de um aluno de Escola Estadual da cidade de Santos, em São Paulo, cursando o primeiro semestre do Curso de Suplência, conhecido também como EJA – Educação de Jovens e Adultos. Esse curso equivale ao Ensino Médio (antigo Colegial) e o aluno o conclui na metade do tempo do curso normal, ou seja, em um ano e meio, caracterizando o tempo de duração em apenas três semestres.
O tema proposto para a dissertação foi “O culto à forma é sinônimo de saúde, vaidade ou escravidão?”
Vejam a dissertação aqui mostrada exatamente como o aluno a escreveu:
“As modelo elas se veste magnífico e muito charme e beleza.
O jadineiro que cortava as plantas do jardim do prédio era tão trabalhado quanto os moradores.
A atriz tá com agenda muito ocupadíssima no teatro e no cinema.
As mulheres de area são tão como as verdadeira mulheres e tão daí pode si difazer como area.
O atretismo e tão a traente com o futebor e belo como esporte.
Os judocas do Brasil foram para as Olímpiadas e lá se deram muito bém para as categoria.
A onça pintada ela só gosta de escuridão e faz cada ruindo na mata negra.
O prisionista como Claudio Monet fez tantas pintura mas nenhuma entrou para Galeria de artes só um que entrou Maria Eugenia.”
Este texto retrata uma realidade que vem sendo percebida há muito tempo. A geração de hoje não sabe ler, ou melhor, não sabe interpretar um texto por mais simples que seja. E também não sabe escrever sobre um tema proposto, pelo fato de não entender o que é pedido.
Aqui o aluno, além de não ter entendido nada do que foi pedido, ainda dá mostras do desconhecimento total da língua portuguesa “escrevendo” frases totalmente sem sentido, com erros grosseiros na grafia (atretismo é dose) e um direcionamento que não leva a lugar algum.
E tal fato ocorre numa cidade de médio porte que fica no Estado mais rico e evoluído da Federação onde, teoricamente, deveria ter o melhor ensino do País. Triste realidade, pois vemos que não é o que acontece.
Poderia ficar divagando aqui por uns bons parágrafos, mas chego à conclusão que o principal motivo de ocorrerem esses absurdos é justamente esses programas idiotas das Secretarias de Educação de todos os Estados brasileiros, onde não é mais permitida a repetência. Os alunos sabendo disso – com raras e elogiosas exceções – ficam totalmente desinteressados pelo que se expõe nas salas de aula pelos desgastados professores. E dá no que dá.
O aluno tem toda a facilidade na escola, com todas as chances para não repetir o ano, saindo de lá totalmente despreparado para enfrentar a dura realidade do mercado de trabalho, onde normalmente só lhe é dada uma chance. Errou, está fora, rua!
Não é segredo que o nível do ensino no Brasil é péssimo. Estou para ver um governo que se diga satisfeito por ter um povo culto, inteligente e letrado. Quanto menos atributos positivos esse povo tiver, mais tranqüilidade para os governantes. E assim vamos caminhando, sem lenço e sem documento.
Triste isso, principalmente por sabermos que o “prisionista” Claudio Monet não teve nenhuma pintura sua na Galeria das Artes, talvez pelo fato da onça pintada gostar da escuridão e fazer muito ruído na mata negra. Pelo menos em matéria de esportes estamos bem, pois o “atretismo” é atraente como o futebol e os nossos judocas foram bem nas Olimpíadas.
Agora, com as modelos se vestindo com charme e beleza e o jardineiro do prédio trabalhando como os demais moradores, fica fácil entender porque a atriz tá com agenda muito ocupadíssima no teatro e no cinema.
Não entendeu o final? Nem eu, mas vamos deixar desse jeito mesmo. Sempre tem quem entenda algo assim... ou não???
******
O tema proposto para a dissertação foi “O culto à forma é sinônimo de saúde, vaidade ou escravidão?”
Vejam a dissertação aqui mostrada exatamente como o aluno a escreveu:
“As modelo elas se veste magnífico e muito charme e beleza.
O jadineiro que cortava as plantas do jardim do prédio era tão trabalhado quanto os moradores.
A atriz tá com agenda muito ocupadíssima no teatro e no cinema.
As mulheres de area são tão como as verdadeira mulheres e tão daí pode si difazer como area.
O atretismo e tão a traente com o futebor e belo como esporte.
Os judocas do Brasil foram para as Olímpiadas e lá se deram muito bém para as categoria.
A onça pintada ela só gosta de escuridão e faz cada ruindo na mata negra.
O prisionista como Claudio Monet fez tantas pintura mas nenhuma entrou para Galeria de artes só um que entrou Maria Eugenia.”
Este texto retrata uma realidade que vem sendo percebida há muito tempo. A geração de hoje não sabe ler, ou melhor, não sabe interpretar um texto por mais simples que seja. E também não sabe escrever sobre um tema proposto, pelo fato de não entender o que é pedido.
Aqui o aluno, além de não ter entendido nada do que foi pedido, ainda dá mostras do desconhecimento total da língua portuguesa “escrevendo” frases totalmente sem sentido, com erros grosseiros na grafia (atretismo é dose) e um direcionamento que não leva a lugar algum.
E tal fato ocorre numa cidade de médio porte que fica no Estado mais rico e evoluído da Federação onde, teoricamente, deveria ter o melhor ensino do País. Triste realidade, pois vemos que não é o que acontece.
Poderia ficar divagando aqui por uns bons parágrafos, mas chego à conclusão que o principal motivo de ocorrerem esses absurdos é justamente esses programas idiotas das Secretarias de Educação de todos os Estados brasileiros, onde não é mais permitida a repetência. Os alunos sabendo disso – com raras e elogiosas exceções – ficam totalmente desinteressados pelo que se expõe nas salas de aula pelos desgastados professores. E dá no que dá.
O aluno tem toda a facilidade na escola, com todas as chances para não repetir o ano, saindo de lá totalmente despreparado para enfrentar a dura realidade do mercado de trabalho, onde normalmente só lhe é dada uma chance. Errou, está fora, rua!
Não é segredo que o nível do ensino no Brasil é péssimo. Estou para ver um governo que se diga satisfeito por ter um povo culto, inteligente e letrado. Quanto menos atributos positivos esse povo tiver, mais tranqüilidade para os governantes. E assim vamos caminhando, sem lenço e sem documento.
Triste isso, principalmente por sabermos que o “prisionista” Claudio Monet não teve nenhuma pintura sua na Galeria das Artes, talvez pelo fato da onça pintada gostar da escuridão e fazer muito ruído na mata negra. Pelo menos em matéria de esportes estamos bem, pois o “atretismo” é atraente como o futebol e os nossos judocas foram bem nas Olimpíadas.
Agora, com as modelos se vestindo com charme e beleza e o jardineiro do prédio trabalhando como os demais moradores, fica fácil entender porque a atriz tá com agenda muito ocupadíssima no teatro e no cinema.
Não entendeu o final? Nem eu, mas vamos deixar desse jeito mesmo. Sempre tem quem entenda algo assim... ou não???
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