"Tio Ele terminou comigo!"

Somente os tolos e incapazes de amar, morrem ou matam em nome do amor. O amor jamais se dá a violência, ciume ou rancor. 


Tolice acreditar que é o fim, que esta tudo perdido que o amor é só decepção, amargura e  dor... Bobagem meninas, meninos; o própio coração encontrará o caminho de volta, quando por ventura a tempestade os surpreenderem. Confesso ter ficado surpreendido, com a sua atitude, jovem sobrinha, ao ter sua primeira experiência dolorosa com o amor. Provou-me que ainda há jovens que amam e "não só ficam".  Se fosse apenas ficar, por quê então querer morrer, quando ficar é como um vento invisível que passa. 

Mais tarde eles saberão distinguir o  sentimento Amor e Paixão, por enquanto não!  tudo parece ser a mesma coisa; mas quem sente em si a emoção do amor, é bem diferente, de quem fica, pois nada fica em quem apenas fica, por não ter em si a imaginação fertil do porvir.  Se pudessemos prevê o fim, evitariamos o começo, se pudessemos prevê o amanhã, quem sabe inventariamos um caminho que nos desviasse do caminho do  sol que a ele nos leva e saltassemos de paraquedas no  "depois de amanhã"...

Todos os dias amanhecem sempre iguais, mesmo em manhãs nubladas, o sol está além das nuvens afugentando a escuridão da noite mas sempre seus raios de luzes ultra-violetas, uva, uvb insidirão sobre nossas cabeças e em excesso esses raios provocam doenças, velhice, cegueira... os sentimentos, seja amor ou paixão, desmedidos, também geram incoveniencias, traumas, dor!

Já que começamos o dia, por quê não desejar chegar ao fim dele, sorrindo, cantando ou mesmo chorando, mas sempre cheios de esperança que amanhã será um novo começo; cada dia é uma preparação para um novo dia, um novo começo, aliás, a vida é um eterno começo e as vezes as luzes se apagam a um passo de uma realização, mas nem por isso os sonhos se apagam.

Ao fim de cada coisa boa ou ruim, eu costumo citar Fernando Pessoa, ao dizer que "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena".

Uma lição sempre fica como resultado de um aprendizado; nem sempre as coisas dão certo na primeira vez que amamos ou que tentamos qualquer empreitada que seja. Pelo tamanho do esforço, pela atitude dos atos, pela sensatez nas decisões é que vamos colher resultados positivos. Não se tira 10 em uma prova se não nos dedicamos no estudo do tema.

Na vida colhemos o que semeamos, é a maior de todas as verdades, embora tantos creem nisso, mas muitos não levam isso a sério.  Podemos plantar bons atos, palavras, atitudes, mas não existe colheitas instatânea, como se fosse uma mistura de toddy ou cocholate;  por vezes a colheita vem bem depois, bem depois!  A  vida não responde como as vezes esperamos.

- Tio, ele terminou comigo! eu quero morrer!

Obrigado menina, por reviver em mim os  anos que tão longe se vão... Eu repasso agora cada amor que vivi, cada pranto que chorei e vejo que em cada vez que morrir, renasci como uma planta do cerrado, que resurge vigorosa, depois que o fogo passa... Eu não entendia por quê o cerrado tem que pegar fogo, no periodo entre dois a quatro anos; eu não entendia o por quê de suas cascas grossas, que mais parece com isopor;   até um certanejo contar-me que só assim, com o fogo, que elas aprimoram seus mecanismos de defesa e perpetuação, suas sementes estalam e se espalham arremessadas para distante; após o fogo, renascem, vigorosas, floram e frutificam, num ciclo fantastico que se faz a vida.

Somos como plantas do cerrado, que sem o fogo das lutas, das decepções, não se fortalece, não sobrevivem as adversidades, para então florar, frutificar, vencer. Espalhe suas semente, em forma de gestos, atitudes, comportamento, preserve os sentimentos de esperança, amor; dedique-se a conhecer e compreender  você mesma, só assim se sentirá capacitada a conhecer e compreender o outro. Nunca deixe de sonhar; viva o hoje, sem nunca esquecer o ontem, pois é na fusão do ontem e do hoje que se forma o amanhã. 

Pensar em morrer quando você ainda é um botão... A vida mal começou menina, menino e muitas coisas boas ainda  há para se viver. Vai por mim!

(resposta a jovem sobrinha, diante de sua primeira decepção amorosa foi o texto acima.)