Meta-escrita (ou “meta-eu”)
Depois de longo de abissal silêncio (pelo menos sentido) volto a escrever. Esse tempo me permitiu, além de perder boas oportunidades de textos, pensar em porque não escrevo.
Não escrevo para arrumar ou comprar brigas; para conseguir amantes; achando que sou necessário para meu leitor (assíduo, fiel, infiel ou ocasional) ou em nome de algum tipo de arte. Não escrevo igualmente por dinheiro ou por fama em qualquer nível; por reconhecimento (verdadeiro ou fingido, esse também me interessa!); para “ser achado” ou para parecer sexy.
De fato, descobri que escrevo por uma razão simples, irritantemente simples e que talvez até soe algo piegas: escrevo porque preciso escrever! É corpóreo. Fisiológico. Eu sangro palavras, transpiro preposições e artigos, ejaculo motes! Escrevo como quem pula do Everest ou quando nos vemos – e, graças à minha boa estrela, tive pouquíssimas experiências nesse sentido – meio bêbados, olhando para o fundo de um copo como quem buscasse algum tipo de verdade ou resposta e pensamos: “O que é afinal? Uma dessas noites longas … Ou uma vida longa?”
Não me importo se escrevo verdades ou mentiras; o que vivi ou o que gostaria de ter ou não vivido; se “isso” é o que realmente eu sinto ou se estou apenas inventando. O que me interessa, o que me seduz, na verdade, é o possível. O plausível. Aquilo que pode (ou poderia) acontecer com qualquer pessoa que tenha respirado os ares desse mundinho deliciosamente confuso. Embora nisso, como em todo o resto, Quintana seja bem mais lúcido e brilhante que eu: “Mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer”
É exatamente isso! Estou de volta e espero que vocês gostem!