SAUDADE DE ELVIS
 
 
Saudade é um sentimento tão inesperado.
Bateu saudade do Elvis Presley de repente. Um segundo antes estava tão alegre!

Agora estou aqui me socorrendo da amiga PALAVRA. Pois quando se escreve, tudo vai mudando. Por enquanto ela serve para expressar a tristeza ou dor, que é lembrar-se do ídolo que não existe mais, mesmo com o recurso dos vídeos e CDs. Nem os tenho para não lembrar e reviver.

Coisa estranha saudade, não é mesmo?

Dói como coisa verdadeira. Eu nem me lembro dele. Por que será que quando vem a lembrança, machuca tanto, baixa uma cortina de sofrimento indefinível paradoxal, e ele era tão alegre! Que voz! Que dança extraordinária, sensual, plena de vitalidade, nova e melódica! Influenciaram os Beatles e Mike Jackson, igualmente ídolos
maravilhosos.

É.
Fiquei triste repentinamente, destruindo a alegria de que estava tomada.
O choro parece querer se manifestar.

Fico até a pensar se a saudade chega indiretamente de outras origens quando é ouvido um som melódico, ou um gesto bonito, o som de uma voz bela com sons de notas que se entranham em nossa sensibilidade, uma quase pista de qualquer coisa que nem se tem idéia de possível associação. Uma tentativa de compreensão racional da coisa. Pois não estava pensando nem lembrando ele.

Há sons, notas musicais, suaves ruídos, ou o vento, ou a luz do dia, também o silêncio, tantas coisas que enriquecem o mundo, mil coisas.

Uma pequena curva de um sorriso nos leva longe. Uma situação corriqueira, ou um detalhe dela pode nos transportar desprevenidamente para um mundo da beleza e do amor. Sinto que fui mexida em área das preciosidades.

Mas as palavras já amaciam meu coração. Vou fazer um fundo para esta emoção. Depois volto e completo a imagem da lembrança. Por ora quero dar cor à palavra.
 
Estou fazendo um desenho ilustrativo, depois substituo a foto. A saudade é feita de cores e palavras,