VITRAIS

O ser humano é cheio de nuances, facetas, dúvidas e poucas certezas. Talvez única certeza: um dia todos morreremos; uns velhos, outros jovens, mas todos.

Cada um de nós em determinada fase da vida exprime o que vai na alma de modo diverso. Nos dias de dúvidas, das incertezas, do "ser ou não ser" muitos choram, se angustiam, outros criam uma "válvula de escape" qualquer (drogas, comida, sexo...).

Somos um grupo, uma família, uma tribo, uma sociedade, vivemos rodeados de gente, mas ao mesmo tempo estamos tão sozinhos !

Muitos não aguentam a solidão e se suicidam. Outros se acabam num bar, num poste, na sarjeta. Outros ainda pensam que são imortais e querem viver "tudo ao mesmo tempo agora". Outros fazem parte de tribos que nem se sabe a que veio, nem para que, e o indivíduo está lá, anda e se veste como ela, faz parte dela, mas nem sabe por que. Pobres de nós...

Tem aqueles que adoram apontar o dedo para os defeitos dos outros, para os chamados escândalos, e dizem e pensam (não sem antes um suspiro de alívio): - Que bom que não sou assim, que bom que eu posso criticá-lo, já que sou um homem/mulher de bem !

Como nos iludimos, nos achamos superiores, os grandes moralistas do mundo, aqueles que nada fazem de errado, os que nunca falham, os que nunca ..... nunca !

Não conseguimos entender que somos tão frágeis e tão fortes, dependendo da atitude que tomamos. Convivemos ininterruptamente com nós mesmos e não aprendemos a nos conhecer.

Uma atitude tomada há 10 anos, na maioria das vezes não seria tomada agora. Maturidade, juízo, outros tempos, sabe-se lá qual o motivo ?

Somos como vitrais, temos diversa facetas, portanto, não apontemos o dedo para o espelho, para não nos arrependermos.