Devo Partir ou Ficar?
A chance é agora de realizar o meu grande sonho de morar fora, viver além, lá longe, abroad, onde as coisas são diferentes, onde mora a outra gente que diz "por favor", onde poderei estudar, melhorar, experienciar o que há de mais moderno, o que há de mais interessante; porém, por mais que eu queira ir, por mais que eu deseje partir, tudo ao meu redor, me pede para eu ficar. Tudo me diz que não é a hora certa de ir, que preciso esperar, aguardar, sentir o momento correto de partir e realizar o que está esperando por mim. Porém, eu quero ir...mas o que fazer?
Devo partir ou ficar?
O mal não é ter escolha nenhuma, o pior é ter opção demais. Sou agradecido, pois sei, que muita gente nem chega a ter a oportunidade de escolher, e eu sei, que se eu ficar ou se eu partir, vou ficar bem - vou me virar, vou me adaptar, vou me arranjar - mas parte do processo de escolha é perceber quando tomamos alguma escolha baseada num impulso ou se fomos guiados por um desejo profundo de mudarmos a nossa vida para melhor.
Seja qual for a escolha que eu tenho que tomar, eu sei que tenho seguir em frente. Se eu for - sei que tenho que esquecer as coisas daqui, pelo menos, por um tempo - se eu ficar, deverá ocorrer o mesmo que ocorreria por lá, e mais ainda: vou precisar conter o meu maldizer, o meu mal-estar em aqui ficar para não contaminar quem comigo está, com as minhas lamentações, meu arrenpedimento por ter escolhido ficar.
A vida se arruma - as coisas tendem a melhorar - tanto se eu partir ou se eu ficar, o que eu não posso fazer, sob o risco de perder todas as coisas que eu conquistei aqui - meu relacionamento, minha família, meus amigos, minhas coisas, todos os meus bens-querer - é ficar na ponte da indecisão.
Devo partir ou ficar?
A única resposta possível para essa pergunta é: eu não posso na ponte ficar! Afinal, se eu não escolher, a vida acabará escolhendo por mim...