Efêmero.
Um dia, uma noite se fez
mágica, deliciosa como cereja,
lua cheia no céu de março.
Sonhos, pensamentos e desejos
emoções típicas de um começo / reconhecimento.
Dias, semanas, meses...
...a vida passando, ora oleosa, ora suave,
fluindo e se derramando antes de se evaporar
no tempo que constrói e destrói sem dó nem
piedade. Ter pena de quem? Ter pena de que?
O coração atabalhoado batia em ritmo lento/ frenético;
cavalgava em desafio/desalinho ao próprio trote.
As mãoes tremiam de angústia e de tesão
em goles igualmente instalados e sorvidos
nos cálices que descansavam sobre a mesa.
Noites de mel. banhos a luz de velas,
vinhos suaves e flores na cama
aqueciam a alma e disparavam o gatilho do
sentimento.
Dias de relembrar o aroma do incenso,
o sabor dos beijos e o sussuro gritante
do desejo, já incontido.
A vida ia e vinha, lua após lua
dia após dia.
Braços colados e estendidos
amor crucificado no peito.
Após o gozo...
... marcas de um novo momento
eterno/ efêmero.
Uma noite, um dia se fez
trágico,
sol brilhando em céu azul e
emoldurado de lágrimas.
Sonhos desfeitos. Dias de fel.
Cenas de um romance típico
que não deveria ter chegado
para não ter tido fim tão rápido
em um céu de dezembro
com lua nova outra vez no céu.
Márcia Barcelos.