Efêmero.

Um dia, uma noite se fez

mágica, deliciosa como cereja,

lua cheia no céu de março.

Sonhos, pensamentos e desejos

emoções típicas de um começo / reconhecimento.

Dias, semanas, meses...

...a vida passando, ora oleosa, ora suave,

fluindo e se derramando antes de se evaporar

no tempo que constrói e destrói sem dó nem

piedade. Ter pena de quem? Ter pena de que?

O coração atabalhoado batia em ritmo lento/ frenético;

cavalgava em desafio/desalinho ao próprio trote.

As mãoes tremiam de angústia e de tesão

em goles igualmente instalados e sorvidos

nos cálices que descansavam sobre a mesa.

Noites de mel. banhos a luz de velas,

vinhos suaves e flores na cama

aqueciam a alma e disparavam o gatilho do

sentimento.

Dias de relembrar o aroma do incenso,

o sabor dos beijos e o sussuro gritante

do desejo, já incontido.

A vida ia e vinha, lua após lua

dia após dia.

Braços colados e estendidos

amor crucificado no peito.

Após o gozo...

... marcas de um novo momento

eterno/ efêmero.

Uma noite, um dia se fez

trágico,

sol brilhando em céu azul e

emoldurado de lágrimas.

Sonhos desfeitos. Dias de fel.

Cenas de um romance típico

que não deveria ter chegado

para não ter tido fim tão rápido

em um céu de dezembro

com lua nova outra vez no céu.

Márcia Barcelos.

Márcia Barcelos
Enviado por Márcia Barcelos em 21/05/2010
Código do texto: T2270284