Desculpem, mas o belo pode ser o feio!

Quem pode definir o que é o belo? Se aos olhos de muitos aquilo que se mostra feio, para alguns pode ser a coisa mais bonita. Cabelos longos, lisos louros ou pretos, quem pode dizer qual é o padrão atual? Cabelos crespos, os ditos ruins, esse não são muito cobiçados, que digam as chapinhas e cremes alisantes. A moda muda e o que hoje é lindo, amanhã poderá ser esdrúxulo. Aqueles que têm um peso a mais, hoje são esteticamente gordos para os padrões atuais, mas que diremos então de mulheres que no século passado estavam acima do peso e eram as nossas “Giseles”?

Eu me olho no espelho e me acho a coisa mais bonita que Deus colocou na terra, mamãe e Delba minha esposa também dizem. Engraçado, a vizinha do lado comentou que eu sou feio e pernóstico! Acho que meus músculos criados em bares e lanchonetes, são a cara do povo brasileiro. Povo este que festeja a vida tomando umas cervejas. A minha barriga não é de tanquinho, com máquina de lavar eu acho uma bobagem apelidá-la assim. Prefiro chamá-la de “calo sexual”. Meus cabelos não são lisos, mas também não são crespos, mas exige de mim um tempo na frente do espelho. E pra quê cabelo, se o cérebro é quem comanda o corpo? Não que eu seja careca, ainda tenho uma vasta cabeleira. Academias não vão me ensinar filosofia, poesia, matemática e tantas outras coisas, além do mais, é enfadonho pagar para carregar peso. A vida já pesa demais sobre os ombros.

Estou malhando o meu coração, dando a ele oportunidades para sonhar, assim tudo vai se tornar bonito. Há muitos “quasimodos” vestidos de “galã” e de “patricinhas”, espalhando uma sedução distorcida. Eu vejo muitos “shrecks”e “Susans Boyles” lindos, mas que passam despercebidos pelo mundo. Eles não precisam de salões de beleza e nem de cirurgias plásticas, são belos intimamente.

O rótulo nunca mostrou o verdadeiro sabor do produto, por isso não perco tempo com bulas fabricadas em academias, pois podem ser um veneno. Que me perdoem as “marcas”, mas eu quero a beleza do ser humano e não andrajos de rostos bonitos e intelectos medíocres.

MÁRIO SÍLVIO PATERNOSTRO