ANALFABETISMO POLÍTICO
Tinha razão Bertold Brecht quando, em seu poema, dizia que "o pior analfabeto é o analfabeto político". Se observarmos a atitude do brasileiro, notamos que o povo, em geral, diz ter "horror" à política e que "político é tudo ladrão". Nas conversas de bares, por exemplo, quase não se discute a votação de projetos, sobre as manobras dos parlamentares, sobre quem votou ou não determinada lei. E o assunto é tão ou mais importante do que discutir se o Dunga escalou bem ou mal a Seleção Brasileira para a Copa do Mundo. Só que assuntos políticos exigem conhecimento. Queiramos ou não, a omissão nesses assuntos é rejeitar a democracia e, segundo Brecht, é desse descaso que vem "a prostituta, o menor abandonado, o político vigarista". Virar as costas à política permite que os tais vigaristas ajam livremente.
Tá certo que a política e os políticos têm decepcionado demais o brasileiro. Mas em vez de desistir dela, é mais produtivo discutir, apontar erros e procurar alternativas para substituir a corja que domina o País. Infelizmente, no Brasil, o conhecimento aprofundado da vida dos políticos é privilégio de poucos. A maioria do povo não lê, o que caracteriza, como bem diz Brecht, o "analfabeto político".
O analfabetismo político aliena, é nocivo ao País e compromete a democracia. Não se pode pensar em política só em época eleitoral, pois aí só veremos os mesmos políticos, o mesmo discurso, as mesmas promessas nunca cumpridas. É preciso desenvolver no brasileiro o pensamento crítico e isso só a Educação pode fazer. Uma Educação voltada para a análise sócio-política e que desenvolva o gosto pela leitura. Só assim deixaremos de ser um povo alienado e sujeito às blefes perpétuas dos políticos brasileiros.
Não sei se viverei o tempo suficiente para ver isso... Por enquanto é UTOPIA, e das grandes!
"Os verdadeiros analfabetos
são os que aprendem
a ler e não lêem".
(Mario Quintana)