O MEDO DE AMAR
Conheço vários tipos de medo. Sim, caros, a paúra se revela onde menos se espera. Foi por medo de avião, que aquele compositor segurou pela primeira vez a mão da aeromoça. Foi por medo da cidade grande, que o homem rústico retornou à roça. E foi por medo de amar, que se redefiniu o vocábulo " fossa".
Fossa, segundo a definição padrão, é um lugar onde se despejam dejetos, um canto pútrido, nojento. Ficar na fossa, no vocábulo dos jovens apaixonados, não significa pôr a mão na merda, mas é quase.
Olhar sem brilho, caminho sem trilho. É triste ver um jovem desiludido com o amor, e engalfinham-se pedagogos e psicólogos tentando reverter o status quo. Em vão. O único remédio para isto é um amor novo, um amor mais abrangente que o anterior, e a saga continua. Você pode até achar hoje que ama alguém, mas se conhecer alguém melhor alhures, verá que amor é só um, paixões vão e vêm.
Dizem que amor mesmo , só de mãe. E olha que eu quase fui obrigado a acreditar nisto, mas conheci uma menina que me fez rever tudo o que já havia visto, a reler antigos poemas românticos, e a escutar trovas e trovas ao luar. É o agente transformador, esse tal amor.
Então, onde se justifica o medo de amar? No medo da incerteza, no medo do desprazer, no medo da dor? Ou apenas no medo de ter medo de não ser correspondido??
Creio que a resposta seja medo da fossa, medo das pessoas não aceitarem uma nova relação, de não compreenderem de verdade o que está sentindo. Mas por dentro de quem ama existe um escudo, e nesta guerra, SEMPRE o amor vencerá!!!
RAPHAEL BARBOSA