PRIMEIRO NÓ, PRIMEIRA GRAVATA

Adriana, sobrinha e nora, chegou ontem à noite ao nosso apartamento acompanhada do filho Igor, dezesseis anos, meu primeiro neto. Vieram trazer os convites para o “Sarau Literário” (e dançante também) do Colégio Batista, no qual o Igor vai apresentar-se dia vinte deste, declamando poesia de sua lavra e, a seguir, executando a sua primeira dança no salão da festa, uma valsa com uma colega sua (a qual discretamente ele corteja), ao estilo do velho e bom “umbigo com umbigo” no tradicional “dois pra lá, dois pra cá”.

O Igor se adiantou (o moleque está calçando 43 e já me passou, em muito, na altura) e me exibiu uma vistosa gravata, pedindo-me para dar “aquele nó”, coisa que evidentemente ela ainda não domina. Ele vai usá-la com o terno novinho que ganhou do seu tio e padrinho Daniel, meu filho caçula e pai do Tomás, o espoleta.

Não me fiz de rogado. Afinal de contas eu, desde os treze anos, usava gravata, tanto para trabalhar como para os bailes nos fins de semana da minha juventude. Nó em gravata eu dou até de olho fechado! Caprichei no laço, pois ele, detalhista, queria a ponta da gravata um pouco acima do cinto da calça, ficando o ornamento nem comprido e nem curto.

Inevitavelmente, relembrei os momentos marcantes da vidinha do meu primeiro neto, desde o seu nascimento em Belô, grande, fortão, do seu batizado, das suas primeiras travessuras quando bebê, do seu ingresso na escolinha do Primeiro Jardim (Sementinha Verde) e logo depois sua matrícula no Colégio Batista, no Segundo Jardim, onde está até hoje, agora cursando o segundo ano do ensino médio.

O Igor sempre foi um garoto muito inteligente, educado, devorador de livros (saboreou todos do “Harry Potter”), tanto publicações em português como em inglês, especialmente os da série “star wars”.

Pois agora ele me aparece com uma bela gravata listrada, sorrindo meio sem graça, querendo aprender a dar o nó. Mas é claro que eu vou ensinar ao meu neto, ora bolas! E estou certo de que ele fará bonito no sarau, tanto na declamação do seu poemeto como na dança da valsa com a sua pretendida, pois isso é simples. O difícil é desatar os nós que se nos apresentam ao longo da estrada da vida. Mas para esses ele estará muito bem preparado, se Deus quiser, tanto pela educação recebida dos seus pais, Cássio e Adriana, como dos seus mestres na escola e dos velhos avôs aqui presentes, eu e a Dona Maria Mari.

Deus o abençoe e o proteja sempre, neto querido! ...

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B.Hte. 19/05/10

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 19/05/2010
Reeditado em 19/05/2010
Código do texto: T2266779
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