BAIRRO DE POBRE

CRÔNICA 1ª : BAIRRO DE POBRE.

Muitos são os locais que adoro ir: Parque, cinema, shopping, campo de futebol (Assistir aquela pelada do time da cidade), igreja aos domingos, mas nada, nada mesmo, compara-se a um passeio no meu bairro.

Bairro simples, de infraestrutura básica. Mas companheiro! Com um movimento fenomenal. Pessoas e veículos trafegam dia e noite, sempre há algo a ouvir ou alguém para falar, conhecidos a rever e vizinhos a cumprimentar (Bom dia seu Zé!).

Aqui as pessoas parecem estar em eterno movimento, mudam-se somente os destinos: Algumas vão ao centro, outras ao médico, dentista, etc. Contudo, não acreditem vocês que o meu bairro não possua estes e outros variados tipos de atendimento e comércio. Digo que possui e ainda reitero, afirmando que talvez tenha numa amplitude maior, e com preço, acreditem; de animar o espírito dos “mãos-fechadas” de plantão, principalmente tratando-se de alimentação.

Ah! A alimentação, quanta variedade! Tem de tudo: Pão, pão-de-queijo, queijo fresco, legume fresco, leite de vaca, cabra e, acreditem; esses dias tinham até de búfala. Salgadarias, lanchonetes, padarias e docerias existem esporadicamente por cada quarteirão. Um sonho.

Por onde o morador passa, meio a um trajeto qualquer, pode sentir, dominando o seu olfato, o cheiro das carnes bem preparadas, deslumbrando-o e confundindo-o com os diversos odores provenientes dos comércios e das residências: Tem de carne cozida, frita, peixe frito, assado, ensopado, frango frito, assado, cozido etc. Na verdade o odor reinante é, sem dúvida, o do churrasco (Famoso churrasquinho). Só que, aqui, este odor não provém de um só ponto, mas de todas as esquinas, em todo lugar há um espetinho, em todo lugar há a fumaça hipnotizante com cheiro de carne bem assada. É impossível resistir! Se estiver com dinheiro, com certeza chegara em casa com menos, ou talvez sem nada; entretanto a barriga estará mais pesada e o gosto suprido.

E o atendimento? Coisa de filme. O lema daqui é: Clientes sempre bem-tratados e felizes. firmado com um rotineiro: Volte sempre! estampado por singelos sorrisos das belas atendentes. E como são bonitas. Alguns afirmam que as mulheres mais ricas são as mais bonitas, eu sem querer contrariar ninguém, tenho só que discordar. A beleza reina na simplicidade, nas curvas (E que curvas! Como são bonitas as mulheres do meu bairro) e formas naturais, na simpatia espontânea, verdadeira. Não na artificialidade e arrogância reinante em algumas classes.

Dizem que vida de pobre é difícil. Pode até ser verdade. Mas viver em bairro de pobre não é não.

J V I C T O R FRANCA-SP 19/05/2010

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