De “salto alto” não dá

Domingo. No Centro Espírita Cristianismo Redivivo dia de alegria, muita gente, sopa fraterna, evangelização. Cheguei para substituir uma amiga que estava em um congresso, ficaria com sua turminha nesse domingo e nos dois próximos. Fui abraçada por uma criança quando cheguei e tive que me abaixar para retribuir o gostoso abraço, foi quando encontrei na minha frente um salto enorme com uma mulher em cima (rss..). Ela sorriu para mim e me deu bom dia, era a mãe de um ex-aluno do Colégio Objetivo. Fiquei feliz ao vê-la ali, ajudando, arrumando cadeiras, servindo sopa. Quando deu uma folguinha fui conversar com ela, soube então o que aquela senhora classe-média-alta (???) estava realmente fazendo ali, ela me disse que seu filho mais novo (meu ex-aluno) havia cometido uma infração no trânsito e tinha que cumprir trabalho “voluntário” em alguma entidade filantrópica, ela escolheu a Associação Beneficente Natal Justino da Costa da qual o Centro Espírita fazia parte. Disse que seu filho se negava a cumprir a pena e ela se ofereceu no seu lugar, era isso ou pagar cesta básica durante alguns meses. Ouvi atenta e quando ela terminou lhe desejei sorte e perseverança, quem era eu para dizer que ela estava fazendo mal ao próprio filho? Sei que nos domingos seguintes ela não agüentou e resolveu pagar as cestas básicas. E você? Cumpriria pena pelo seu filho? Até quando? Será que temos esse direito de tirar uma oportunidade de crescimento para aqueles que mais amamos?

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 19/05/2010
Código do texto: T2266095