Eu conheci o Anhanguera
Eu conheci o Anhanguera
Mª Gomes de Almeida
Quando eu nasci ele ainda não tinha esse nome. Só foi batizado de Anhanguera na sua quase adolescência, ou adolescência, lá pelos seus treze, quinze anos...
E foram seus colegas da escola ou do futebol que o apelidaram assim... Anhanguera...
O Anhanguera virou Guera, coisa de brasileiro que dá um jeitinho para tudo ficar mais fácil.
Eu não o chamava assim, só de vez em quando, nos momentos de brincadeiras.
Quando ainda fazia as séries inicias do ensino fundamental estudei sobre um também Anhanguera, aquele bandeirante que desbravou as terras goianas lá pelo século XVII e impressionou os indígenas da região ao “botar” fogo na aguardente. Eles que não sabiam que o “bicho’ era inflamável e acreditaram ser o dito cujo capaz de colocar fogo nas águas e se deixaram dominar por esse homem “muito poderoso!”
Na época, eu, criança de tenra idade, não consegui fazer nenhuma relação com o Anhaguera da minha casa, já estava acostumada a ver os seus amigos chamá-lo de Guera até me esqueci de onde se originava o tal apelido.
Pois é, o Anhanguera é meu irmão, ou melhor, foi meu irmão porque mudamos para a região norte do Brasil e lá ninguém o chamou mais de Anhanguera.
Hoje homem feito, pai de família, pequeno empresário, cuja adolescência ficou no interior de Goiás, onde também apareceu o Anhanguera, aquele da história do Brasil que os indígenas da região o apelidaram de “Diabo Velho”, como retrata a história daquela gente.
Já o Anhanguera , meu irmão ao contrário do outro é um gigante que ao invés de “dar rasteiras ” nos indígenas ele as dá na vida quando esta o tenta derrubar...
Esquece-se esta mesma vida que um gigante não tomba assim tão fácil!
Eita! Agora tem um montão gente que sabe o nosso segredo né Anhanguera?...Guera?
São essas coisas pequenas guardadas a sete chaves que tornam as nossas vidas mais belas.
Bons tempos! Sinto saudades de tudo...
Amo-te muito!
Beiiiiiiijos!