Deabafo de um contista cheio de contas pra pagar

Há tempos não escrevo um conto sequer, somente alguns minis, que crio em raros momentos de inspiração. Talvez esse meu “regime forçado” de novas criações narrativas tenha alguma coisa a ver com a recente frustração de não conseguir lançar meu primeiro livro, justamente de contos. Por falta de míseros R$ 516,00, que não disponho neste momento, não consigo tirar meu livro da editora. Mas, não pense que estou aqui pedindo esmola (se bem que um patrocínio não seria nada mau). Apenas me dou o direito de reclamar, já que me vejo como um escritor que, como muitos, não consegue mostrar sua arte neste país. É difícil ser valorizado, principalmente na literatura. Fico me perguntando: por que é tão complicado para as pessoas te olharem como uma nova alternativa, como um sopro de novidade? Não, preferem fixar-se em quem já tem renome. Não quero tomar o lugar de ninguém, apenas conquistar o meu, mas parece que todos os lugares estão preenchidos, e não sobra uma vaguinha sequer. O pior, é que, como já disse, não estou sozinho nesse barco. Tem mais gente querendo suas “15 páginas de fama”. Mas, é isso ai, a vida é assim, e não adianta chorar pelo leite que ainda nem derramou. Vou aguardando. Enquanto minha inspiração para escrever conto não volta, vou criando uns poeminhas sem sentido aqui, uns minicontos sem noção acolá, e, claro, umas crônicas de desabafo, sem um resquício sequer de pretensão.

Eder Ferreira
Enviado por Eder Ferreira em 18/05/2010
Reeditado em 18/05/2010
Código do texto: T2264533
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