PEDOFILÍA - O PERDÃO NÃO SUBSTITUI A JUSTIÇA
A delegada Graciela Ambrosio, de Franca, no interior de São Paulo, instaurou inquérito sobre o crime de pedofilia supostamente praticado pelo padre José Afonso Dé, de 74 anos.
O pároco foi indiciado por estupro e violação sexual mediante fraude. As noticias não falam de meninas entres as vítimas. Se não houver deve cair à acusação de estupro; eis que, somente mulheres podem ser vítimas de estupro. Homem não. Homem sofre atentado violento ao pudor.
O pároco Dé afirmou em depoimento e em entrevistas que é inocente das acusações. O bispo de Franca, Pedro Luiz Stringhini, comunicou formalmente o caso à Nunciatura Apostólica, que funciona como uma embaixada do Vaticano no País, com sede em Brasília, e aguarda uma posição da Justiça.
Pelos crimes, o religioso pode pegar de 6 a 20 anos de prisão, com pena reduzida à metade por ter mais de 70 anos.
O Papa Bento XVI afirmou que é realmente terrível o atual sofrimento de que padece a Igreja por seus próprios pecados. E foi taxativo: O perdão não substitui a justiça. Hoje em dia as maiores perseguições de que padece a Igreja não provêm de fora e sim de seus próprios pecados, O Papa ainda classificou os acontecimentos de algo “realmente terrível”.
O papa Bento XVI, se disse envergonhado pelos abusos cometidos no seio da Igreja Católica, criticou a postura das autoridades eclesiásticas e ordenou aos bispos que ajudem as autoridades civis.
Com humildade, o Pontífice pediu ainda que as pessoas que foram abusadas não percam a esperança e as convidou a confiarem no poder do amor de Jesus, pois ele também foi vítima da injustiça e do pecado, que leva à libertação e à promessa de um novo começo.
Algumas autoridades assim como estudiosos tentam vincular a pedofilia ao celibato. Eu, na minha insignificância, não acredito nessa tese.
Não se pode estabelecer uma relação inequívoca de causalidade entre celibato e pedofilia, até porque há também muitos casados, até pais, que abusam sexualmente de menores. Mas também não se poderá desvincular totalmente celibato obrigatório e pedofilia, sobretudo quando, para chegar a padre, se foi educado desde criança ou adolescente num internato, aumentando o risco de uma sexualidade imatura.
Urge que se pense na rápida revogação da lei do celibato. Aliás, a Igreja não pode impor como lei o que Jesus entregou à liberdade. Enquanto se mantiver o celibato como lei, a Igreja continuará debaixo do fogo da suspeita.
É sabido que infelizmente a Igreja Católica não tem o monopólio da pedofilia, que passa por muitas outras instituições: religiosas, civis e militares - existem dados que mostram que a maior parte dos casos acontece nos ambientes familiares -, e é decisivo que todos assumam as suas responsabilidades, pois não é bom bater a culpa própria no peito dos outros. Mas é natural que o que se passou no seio da Igreja seja mais chocante, já que se confia mais nela; ou se confiava.
Deus seja louvado!