O dom de cada um.
Cedo aprendi que as pessoas têm dons, que precisamos descobri-los e exercitá-los.
Na minha cabeça de criança, eu pensava ser perda de tempo me esforçar para aprender coisas que nada tivessem a ver com o meu “dom”, apesar de não ter a menor idéia de qual era.
Era fascinante ler sobre pessoas felizes e realizadas por fazerem o que gostavam com prazer.
Aos 12 anos ganhei uma bolsa de estudos e fui para a Aliança Francesa.
Estávamos no primeiro semestre quando a professora me pediu para levar algo para o Sr. Diretor a quem eu deveria chamar de monsieur.
E lá fui eu repetindo monsieur pelo caminho e, me sentindo muito importante. Só que ao entrar na sala do Diretor eu esqueci como deveria chamá-lo. Gaguejei tentando me lembrar até que lasquei o primeiro “mon” que lembrei e o chamei de monsenhor.
O riso do Diretor teve efeito dominó: contagiou as secretárias, o professor que estava na diretoria, o aluno que passava, e chegou à minha sala de aula onde ninguém conseguia mais parar de rir, inclusive eu.
Foi assim que descobri que eu estava mais pra cômica que pra poliglota.
Afinal, o meu nome é Anita; cujo significado é “pequena graça”.