Comentário de Etelvina_G_da_Costa em 16 abril 2010 às 9:34 Excluir comentário Trilhos da vida
Ontem fui ao médico. A semana passada também fui. E dou-me a pensar, mas que clausura é esta em que me estou a meter. Que caminhos ando agora a trilhar mais assiduamente? Ando mais preocupada com a minha saúde? Pois concerteza que é isso.
Neste areal aberto da vida marcamos os nossos trilhos. Mas, eu nunca me preocupei muito em marcar sendas que me conduzissem tão frequente a esses sítios que sempre me meteram medo. Penso mais que são sítios de caminhos de morte do que de vida.Este é o meu conceito outros pensarão de forma diferente de acordo com as experiencias que têm
Desde pequena era um drama ir ao médico davam-me tudo para me contentar e por ironia do destino eu queria mais tarde seguir medicina e para maior ironia o meu primeiro emprego depois de formada foi num hospital ,não médica que isso eu não segui , porque teria que vir para o meu pais senão seria hoje médica, mas em serviço social.
O tempo era outro e o país também mas o ambiente hospitalar onde quer que esteja é sempre extremamente pesado há que ter uma cabeça bem arrumada para sobreviver e ficar inteira.
Rapidamente se perdem sensibilidades as emoções são abaladas com a habituação. O distanciamento da dor surge sem que se apercebam e entram numa rotina de indiferentes.
Não quero com isto dizer que todos os profissionais de saúde sejam insensíveis mas que acabam por se tornar rotineiros frios por necessidade.
Mas deixo aqui um voto de carinho pelos anos que servi nesses serviços é que o povo africano sofre mas tem sempre um sorriso e havia mais fraternidade mais amor…..
Moro mesmo em frente ao hospital da minha cidade residencial e já no meu país. Fujo dele a sete pés no entanto por necessidade já lá fui algumas vezes; contrariada, arrepiada, se branca sou mais branca ficava…aquele vai vem de médicos de cara fechada (uns menos que outros) impávidos indiferentes aos gemidos, ais, caras onde estavam estampados os seus sofrimentos, fazia-me muito mal. Ainda hoje não entendo porque se movimentam tanto em quase correria os médicos enfermeiros empregados bombeiros naqueles corredores apinhados de sofrimento.
Claro que os bombeiros andam no vai vem e isso compreende-se mas dentro do hospital eu acho que parece uma feira desordenada.
À s vezes dá-se o caso que se gera algum silêncio Ah! Certa vez percebi era hora de intervalo para a janta. Aí sim o movimento cessa apenas se ouvem os gemidos, os ais , a porta que se abre e fecha com a cara aterrorizada dos familiares e o segurança carrancudo a dizer que os familiares esperam na sala de espera. E…se houver algum assunto a tratar logo se chama. Bem também não tinha jeito nenhum juntar familiares àquela confusão existente e melodramática.
Trilhos da vida…….
Tenho amigos médicos tenho -os de outras áreas médicas e quando lhes toco neste assunto que me serviu de observação e critica eles respondem que são as estruturas do serviço que tem que ser assim pois nunca ninguém está no lugar certo. Indisciplina digo eu. Falha a organização de um serviço que é o pilar da vida de uns pais.
O médico chama uma enfermeira ela não vem, porque por sua vez chamou a empregada auxiliar e esta não veio ao chamado, esta última por sua vez corre desalmada corredores afora empurrando uma cadeira levando papeis ou um doente a fazer um exame e constrói-se assim uma cadeia de gente que nunca estão onde deveriam estar e por isso: o pai de uma amiga minha esteve na urgência esperando ser atendido tento tempo que quando o chamaram já tinha ido para o eterno paraíso sentadinho na sala de espera….e outro conhecido que entrou para a urgência com tensão altíssima quando o chamaram pois já não respondeu, esse teve melhor sorte, preferiu fugir daquele pandemónio para onde não sei……
…..
Agora escolho um mais longe porque é novidade, tem a cara mais lavada, um ar mais de vida que de morte. Penso que esta de morte é porque daqui vejo a morgue e no dito cujo preferencial, por enquanto, acho que esse sitio não é visível. A morte é a consequência da vida mas que ela mete medo mete….
Já me ouviram dizer que tenho medo da morte …talvez por isso e para a contrariar vou mais vezes, procurar prolongar a vida, claro tenho que acorrer aos médicos o que não tinha nada a ver com as minhas preferências anteriores. Os anos pesam e as mazelas aparecem
Não sou diferente da maioria das pessoas e não aspiro a chegar como Abraão aos 180 anos mas tenho o direito de escolher onde me sinta mais confortável. E poder marcar trilhos mais agradáveis.
Para contrariar o meu azedume contra os serviços de saúde da minha área ontem fui atendida aqui no hospital meu vizinho mas pelo meu médico particular que ali presta serviço mas numa área nova de gabinetes de especialidades em que para além dele e de mim apenas os corredores longos e vazios pois a hora era tardia e nessa hora apenas estavam accionados os serviços de vigilância.
Crónica do dia de trilhos da vida
Tetita
Ontem fui ao médico. A semana passada também fui. E dou-me a pensar, mas que clausura é esta em que me estou a meter. Que caminhos ando agora a trilhar mais assiduamente? Ando mais preocupada com a minha saúde? Pois concerteza que é isso.
Neste areal aberto da vida marcamos os nossos trilhos. Mas, eu nunca me preocupei muito em marcar sendas que me conduzissem tão frequente a esses sítios que sempre me meteram medo. Penso mais que são sítios de caminhos de morte do que de vida.Este é o meu conceito outros pensarão de forma diferente de acordo com as experiencias que têm
Desde pequena era um drama ir ao médico davam-me tudo para me contentar e por ironia do destino eu queria mais tarde seguir medicina e para maior ironia o meu primeiro emprego depois de formada foi num hospital ,não médica que isso eu não segui , porque teria que vir para o meu pais senão seria hoje médica, mas em serviço social.
O tempo era outro e o país também mas o ambiente hospitalar onde quer que esteja é sempre extremamente pesado há que ter uma cabeça bem arrumada para sobreviver e ficar inteira.
Rapidamente se perdem sensibilidades as emoções são abaladas com a habituação. O distanciamento da dor surge sem que se apercebam e entram numa rotina de indiferentes.
Não quero com isto dizer que todos os profissionais de saúde sejam insensíveis mas que acabam por se tornar rotineiros frios por necessidade.
Mas deixo aqui um voto de carinho pelos anos que servi nesses serviços é que o povo africano sofre mas tem sempre um sorriso e havia mais fraternidade mais amor…..
Moro mesmo em frente ao hospital da minha cidade residencial e já no meu país. Fujo dele a sete pés no entanto por necessidade já lá fui algumas vezes; contrariada, arrepiada, se branca sou mais branca ficava…aquele vai vem de médicos de cara fechada (uns menos que outros) impávidos indiferentes aos gemidos, ais, caras onde estavam estampados os seus sofrimentos, fazia-me muito mal. Ainda hoje não entendo porque se movimentam tanto em quase correria os médicos enfermeiros empregados bombeiros naqueles corredores apinhados de sofrimento.
Claro que os bombeiros andam no vai vem e isso compreende-se mas dentro do hospital eu acho que parece uma feira desordenada.
À s vezes dá-se o caso que se gera algum silêncio Ah! Certa vez percebi era hora de intervalo para a janta. Aí sim o movimento cessa apenas se ouvem os gemidos, os ais , a porta que se abre e fecha com a cara aterrorizada dos familiares e o segurança carrancudo a dizer que os familiares esperam na sala de espera. E…se houver algum assunto a tratar logo se chama. Bem também não tinha jeito nenhum juntar familiares àquela confusão existente e melodramática.
Trilhos da vida…….
Tenho amigos médicos tenho -os de outras áreas médicas e quando lhes toco neste assunto que me serviu de observação e critica eles respondem que são as estruturas do serviço que tem que ser assim pois nunca ninguém está no lugar certo. Indisciplina digo eu. Falha a organização de um serviço que é o pilar da vida de uns pais.
O médico chama uma enfermeira ela não vem, porque por sua vez chamou a empregada auxiliar e esta não veio ao chamado, esta última por sua vez corre desalmada corredores afora empurrando uma cadeira levando papeis ou um doente a fazer um exame e constrói-se assim uma cadeia de gente que nunca estão onde deveriam estar e por isso: o pai de uma amiga minha esteve na urgência esperando ser atendido tento tempo que quando o chamaram já tinha ido para o eterno paraíso sentadinho na sala de espera….e outro conhecido que entrou para a urgência com tensão altíssima quando o chamaram pois já não respondeu, esse teve melhor sorte, preferiu fugir daquele pandemónio para onde não sei……
…..
Agora escolho um mais longe porque é novidade, tem a cara mais lavada, um ar mais de vida que de morte. Penso que esta de morte é porque daqui vejo a morgue e no dito cujo preferencial, por enquanto, acho que esse sitio não é visível. A morte é a consequência da vida mas que ela mete medo mete….
Já me ouviram dizer que tenho medo da morte …talvez por isso e para a contrariar vou mais vezes, procurar prolongar a vida, claro tenho que acorrer aos médicos o que não tinha nada a ver com as minhas preferências anteriores. Os anos pesam e as mazelas aparecem
Não sou diferente da maioria das pessoas e não aspiro a chegar como Abraão aos 180 anos mas tenho o direito de escolher onde me sinta mais confortável. E poder marcar trilhos mais agradáveis.
Para contrariar o meu azedume contra os serviços de saúde da minha área ontem fui atendida aqui no hospital meu vizinho mas pelo meu médico particular que ali presta serviço mas numa área nova de gabinetes de especialidades em que para além dele e de mim apenas os corredores longos e vazios pois a hora era tardia e nessa hora apenas estavam accionados os serviços de vigilância.
Crónica do dia de trilhos da vida
Tetita