DITADOS POPULARES
Brasileiro é pródigo em ditados e expressões. Frases e palavras se incorporam ao nosso cotidiano e suas origens se perdem no tempo. Brincamos com as situações, usando termos dos quais, muitas vezes, não temos idéia de onde ou como surgiram. Pesquisei alguns e repasso para vocês:
* "Maria vai com as outras" - D.João VI perguntava: "onde está D.Maria?" E a resposta era: "D.Maria foi com as outras beber água no Largo do Boticário".
* "Santo do pau oco" - Para enganar os portugueses no pagamento do quinto do ouro, os brasileiros colocavam as pepitas dentro de um santo de madeira com um furo bem no meio.
* "Tempo do onça" - Onça foi um administrador do Rio de Janeiro, construiu muitas obras. Quando alguém perguntava sobre determinada obra, diziam: "Ah! É do tempo do Onça!"
* "Acabar em pizza" - Na década de 60, alguns cartolas palmeirenses, após uma reunião de 14 horas com brigas e discussões, estavam com fome, foram a uma pizzaria, pediram 18 pizzas com muito chope e a paz reinou. A Gazeta Esportiva noticiou: "Crise no Palmeiras acaba em pizza". O termo pegou.
* "Casa da mãe Joana" - No tempo da minoridade de D.Pedro II, o grupo que comandava o País costumava se reunir num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja dona se chamava Joana. Assim a "casa da mãe Joana" passou a ser sinônimo de lugar onde ninguém manda.
* "Vá se queixar ao bispo" - No Brasil Colônia, a Igreja permitia relações sexuais entre os noivos para testar a fertilidade da mulher. Geralmente o noivo fugia após o ato e a mocinha, desolada, ia se queixar ao bispo, que mandava capturar o tal espertinho.
* "Dor de cotovelo" - Originou-se da figura de alguém, sentado num bar, bebendo e curtindo uma decepção amorosa. De tanto ficar com os cotovelos no balcão, eles acabavam doendo.
* "O pior cego é o que não quer ver" - Em 1647, na França, foi feito o primeiro transplante de córnea pelo Dr.Vincent de Paul Argenrt, num aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina, menos para Angel que ficou horrorizado com o mundo que viu. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi parar no Tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver. Angel foi um caso literal. No sentido figurado, quantos não existem por aí?