Cofrinhos e mais cofrinhos..

Que saudade daquele tempo em que os cofres ficavam escondidos, guardados em segredo...Homens e mulheres, bem vestidos, alinhados e perfumados exibiam uma

aparência de frescor, de quem acabou de sair do banho, com seus cofres guardados

sem que ninguém sequer ousasse imaginar se eram peludos, grandes, brancos, enfim, o que importava o cofre?nada! Ele quase inexistia.Quase por que existiam, mas ninguém via, como cabeça de bacalhau, que todo mundo sabe que tem, mas quase ninguém viu.

Antigamente, mostrar o cofre era coisa de mecânico e eletricista. Aliás, será que nos cursos existe aula prática de mostrar o cofre?Raros são os que não mostram.Vai ver faltaram na aula de TMC (Técnicas de mostrar o cofre)...

Bem, fato é que tem havido uma banalização dos cofres. Cofrinhos e cofrões exibidos sem menor pudor e diga-se de passagem, que em alguns casos, beiram a vulgaridade.

Moços e moças á vontade com seus respectivos cofres á mostra, cujas calças, ou o defunto era maior ou o cós é do tamanho do zíper...

Não se trata de moralismo, mas observação na evolução do comportamento humano.

Terá esse comportamento relação com o desenvolvimento da sexualidade? Talvez não.

Tem muito coroa que anda por aí mostrando o cofre.

Certas partes do corpo, despertam interesse, excitam, encantam...mas o cofre?!

Pode ser que daqui a alguns anos, ou séculos (Quem sabe?), a literatura guarde os encantamentos de um cofre, em versos.Quem sabe um Ode ao “Cofre peludo do meu amor”, ou o “cofrinho encantado de Lisbela” e ainda “Cofres Perfumados”(Eca!)...

Quanto a mim, fico assim mesmo.Atrasada, perdida e mergulhada no passado onde o

recato era um mistério a ser desvendado, e a virilidade masculina era percebida em simples gestos e no perfume da sua loção de barbear. Cofres á mostra, me tiram o encantamento.Vai ver é porque sou do tempo em que ainda se esperava que as moças se casassem virgens...

De qualquer forma, não será minha saudade, nem minha indignação tampouco a minha falta de fantasia com cofres, que eles deixarão de ser exibidos, então, aguardemos a próxima moda, ou modernismo, como queiram. Enquanto isso, o jeito é rir...