Viva Zumbi!
No dia 13 de maio de 1988, foi abolida oficialmente a escravidão no Brasil. Mas passaram-se anos até que esse aleijão moral do País fosse definitivamente banido. Depois do 13 de Maio, foram precisos mais 80 anos até que os tribunais decidissem finalmente que a Lei Áurea estava conforme os ditames legais. Enquanto rolava a briga jurídica, nos confins desse imenso Brasil os negros continuaram sendo escravizados, o tráfico seguia sua lógica mercantilista.
Se a Inglaterra não pressionasse, o cativeiro teria mais longa vida. Depois que a regente assinou a lei, o Barão de Cotejipe estava entre os que foram cumprimentá-la. Ao beijar-lhe a mão, o barão teria dito: "Vossa Majestade redimiu uma raça, mas acaba de perder o trono". Não deu outra: a Princesa caiu com toda a Monarquia.
Antes, foram aprovadas algumas imposições contra a escravidão, entre elas a lei do ventre livre e a lei que concedia liberdade aos cativos maiores de 60 anos e estabelecia normas para a libertação gradual de todos os escravos, mediante indenização. Na verdade, a Lei dos Sexagenários voltaria a beneficiar os senhores de escravos, permitindo que se livrassem de velhos "imprestáveis". Era a nossa burguesia infame treinando para chegar à UDN, Arena, PFL e Democratas.
Os brasileiros descendentes de africanos, aqueles que têm consciência política, não festejam o 13 de Maio. Em 20 de novembro lembram Zumbi, o líder negro do Quilombo dos Palmares. Serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Nesse 13 de Maio, é bom procurar saber se nas escolas já foram incluídas disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira. É obrigatório, mas, igual à lei da abolição, pode ou não “pegar”.
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