PASSANDO EM BRANCO
Treze de Maio ...
A lei foi firmada. Mas Isabel, nos céus, é testemunha de que, abolida a escravidão, nem salvo, nem são, negro ainda anela pela redenção.
Não raro, sonhando com dias áureos, o órfão da Princesa, cativo na escuridão, segue acorrentado, eivado da própria sorte tingida de preto. Em seus delírios, eleva os decibéis batendo forte os tambores nos quilombos modernos, com a expectativa de que o repicar cause ressonância, para que um dia possa proclamar-se liberto dos entraves sociais.
Hoje, no decorrer do século vinte e um, nego ainda se sabe um enclave no meio da multidão; um a mais! Ou um a menos?
... Treze de Maio.