A imprensa suplemento
Num piscar de olhos a internet transformou todo o material gráfico existente no mundo em suplemento. Ser suplemento é o seu único destino contra a imperiosa vaidade. O exterior passou a ser investidor de todos. Todos os colaboradores gratuitos, inclinados à venda do fruto do trabalho pelo resultado zero, alcançaram êxito no recomeço da nova era. Avançou o texto contra os trabalhadores da verdade exclusiva... Ganharam espaço infinito na rede. Nunca mais jornais, revistas, bancas, figurinhas. Nunca mais fascículo quebrado para nova edição que não seja distribuída pelo simples clique do hábito rápido: clicou, recebeu! Recebeu suplemento em papel da web, até mesmo um jornal. Junto da erudição garantida da memória coletiva dos arquivos ganhe um impresso. Para guardar na prateleira? Prateleiras da alma.
A luta acabou nostálgica e gráfica. Não vencemos, nem fomos vencidos. O progresso purgou a mora da produtividade. A libertação agora é não imprimir, mas expressar. Expressar tudo nos blogs da praia e do chinelo. Da boca com pipoca. Da mulher nua.
... Porém toda dor de documentação pura pela edição direta findou. Adeus imprensa. Adeus donos do mundo, adeus altos dignitários. A imprensa agora é literatura visual. Acordados por este milhão da crítica em pleno sangue venoso virtual.
Ó ideólogos dos melhores e belos textos!