O sapato furado
José era seu nome, simples como o de milhares de brsileiros.
José tinha dois pares de sapatos. Quando um estava intransitavél, usava o outro.
Em uma manhã qualquer de qualquer mês e ano, José foi trabalhar. Nesse dia choveu como nunca, seus sapatos ficaram naufragados num mar de lama e água e é claro, no dia seguinte estariam intransitáveis, o negócio seria usar o outro par.
Dia seguinte, a mesma rotina, preparou-se para ir trabalhar. Quando calçou os sapatos percebeu que o sapato do pé direito estava com um furo considerável. Fazer o que, não havia solução, calçou assim mesmo e saiu.
Ao andar pela rua sentia, através do buraco, todas as pedras, pedrinhas e pedrões que atravessavam seu caminho. O pior não era isso, fezes de cachorros de "madame", de "seres humanos", escarros, vômitos, baratas mortas, ratos atropelados e jogados nas calçadas, um mar sem fim de coisas podres, restos de lixo, rasgados por cães sem dono ,que como nossas crianças, perambulam pelas ruas. José pisava em tudo e seu pensamento buscava algo que pudesse tirar sua atenção de toda essa desgraceira.
Pensou na má política exercida pelos maus políticos, pensou em um dia melhorar sua condição de vida, pensou na família e nele mesmo.
Para levantar sua auto-estima, pensou que um dia poderia estar no lugar de um desses políticos que escondem dinheiro na cueca,tomara que esteja limpa, imagine você pegar uma nota de cincoenta com freada de bicicleta, nos bolsos, na meia, de preferência sem chulé, na bolsa, e tantos outros lugares. Se ele, José, um dia chegasse lá faria diferente, levaria esse sapato furado para enchê-lo de dinheiro. Rs...rs...rs...