Ponto de Equilíbrio
(Estrada Humana – Otávio Costa)
Preciso aprender a viver, enquanto comportado, sendo nobre, atrevido, polido, entretanto duvido muito que possa ceder aos novos valores descobertos, sem, contudo mexer comigo. É bom escrever nas paredes do inconsciente, é lá que amarro minha loucura e muitas das vezes confesso que me decepciona o homem que criei, mas tenho medo de perder a posse. Como vou resolver o problema, não calculei antes porque não supunha de sã consciência que iria fazer diferença. Não serei notícia, e claro que não quero, quero ser feliz, sem hipocrisia, não quero inventar uma nova fórmula para andar, quero andar, mas sem a coleira, entende? Atos simples, utilizando-me de coisas simples, verdadeira aversão à idolatria, não sou nada de mais, me equipando passei da razão à loucura, familiarizei-me com o sol, com a chuva, com o vento, com o mar, com o doce e o azedo, conheci o homem divino. Criticas? Sempre para mim e quando estou nu, saber das minhas utilidades (além de ser papel higiênico do sistema), comportar-me vivendo, criticando o tempo ocioso que tenho, o palco que não subo, o palhaço sem graça que não gosta de sorrir, evitando feridas e tombos, mantendo as mãos limpas, olhos críticos, vista grossa, nem mesmo um Barrabás sou ainda (ele sim acreditava e lutava por alguma coisa). Estas descobertas favorecem o comprometimento com verdades das quais estou disposto a encontrar e quebrando os paradigmas possa acertar de vez o caminho, assim ousar sem turbulência, ver a cores, suspeitar, atingir, enveredar pelo silêncio de Deus, enxergar o óbvio, aproveitar bem a raridade dos momentos, voltar a inocência e não prejudicar mais o meu crescimento como ser humano criado para o amor.