O HOMEM PREDADOR

Predador, para mim, é um substantivo exclusivo do homem. Que depreda a flora, a fauna e a consciência pública.

A busca do enriquecimento ilícito faz o homem devastar a floresta, esquecendo que certas árvores levaram cem anos para se desenvolver, que o dinheiro é efêmero e para onde se vai depois, não se leva. O predador humano destrói de todas as formas a fauna terrestre. Verdadeiros incêndios criminosos que matam animais silvestres, desestruturando o habitat natural e a cadeia alimentar dos "irracionais". Hoje vemos aparecerem nas cidades, animais nativos de florestas e cerrados. São aves, répteis, mamíferos que buscam alimentação junto aos centros urbanos, numa corrida desordenada pela manutenção da espécie. Os abalos da natureza (enchentes, terremotos, seca, tsunames, invernos e verões rigorosos) são resultado da ação indiscriminada do homem que, apesar dos alertas, não se conscientiza que está destruindo a Terra, nosso lar no espaço sideral. Esquecendo que ela levou milhões de anos para atingir o estágio atual, usa e abusa para alimentar sua fome de poder. Sua violência destruidora continua desmatando e derrubando árvores, esquecendo das futuras gerações (nossos filhos) que sofrerão as consequências de viver num Planeta tórrido e desértico.

Os animais irracionais predadores o fazem para sobreviver e para equilíbrio da natureza. O bicho só ataca e mata quando está com fome. O homem, por sua vez, busca a satisfação gastronômica, quando não, pior ainda, por esporte. O homem mata certas espécies para curtir receitas que seriam inóspitas, não fossem os temperos para tornar a carne "comível". Porque carne crua ninguém come. Isso faziam nossos ancestrais. Comiam carne crua para matar a fome. Devoravam nacos sangrentos do inimigo, pela fome e pela idéia de adquirir o heroísmo e as energias dos guerreiros mortos.

O homem moderno torce o pescoço da galinha, traumatiza o boi com o choque na nuca, dilacera a garganta do porco, embebeda o peru para amaciar a carne, ferve crustáceos vivos... Só não mata o rato, o cão, o cavalo ou o papagaio porque a carne deles não é aceita pelo estômago delicado. Quando cadáveres de animais, mortos num incêndio, exalam odor fétido de carne carbonizada, sentimos náusea e repugnância. Porém, numa churrascaria, digerimos gostosamente o churrasco, esquecendo que também é carne animal queimada a fogo lento e saborosa porque à base de temperos.

Quando o homem parar de matar animais, o mundo se modificará. O homem não nasceu para ser carnívoro. Todas as agressões cometidas contra os animais repercute em nossa energia, porque o animal sofre ao ser sacrificado. A carne ingerida vem cheia de dor, de tristeza. Se fôssemos mais conscientes, não precisaríamos matá-los. Podemos nos alimentar de frutas, legumes, cereais, sem qualquer dano a nossa saúde. Isso aliando às proteínas que o animal nos fornece, através do leite, ovos e derivados.

Hoje temos muitas organizações em defesa dos animais. Poucas, porém, em favor da mudança de hábitos alimentares. Porque é fácil defender os animais e depois contribuir para sua matança, lambendo os beiços (ou os bigodes) na graxa saturada do churrasco.

Nossos ancestrais comiam sem escrúpulo, para sobreviver num meio inóspito e sua sensibilidade era compatível com o ambiente. A culpa começa quando já se tem capacidade de distinguir o certo do errado. O selvagem é um espírito sem malícia, sem culpa. Sua consciência não alcança lições morais. Mas o homem que sabe implorar a Deus por suas dores, que chora até diante de novelas melodramáticas, que distingue o bem do mal, tem condições de compreender o sofrimento do animal em frigoríficos sangrentos. Mata, retalha, coze e, inteligentemente, tempera as vísceras do irmão menor.

Se horrorizei alguém com meu escrito, peço desculpas. É o meu pensamento que está em cada linha. Se alguém quiser se aprofundar no assunto, recomendo dois livros de Ramatís: Fisiologia da Alma e A Vida Humana e o Espírito Imortal. Deixei de comer carne há 20 anos, depois de ler uma reportagem sobre a matança dos animais nos frigoríficos. E continuo saudável!

Quanto aos predadores da consciência pública, estes buscam interesses próprios em prejuízo da população, que espera deles projetos de benefícios sociais. Desses o Brasil está cheio e ficará para uma próxima crônica.

Giustina
Enviado por Giustina em 12/05/2010
Reeditado em 11/02/2014
Código do texto: T2251713
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