ÓCULOS DE SOL

Quando a Maria Olímpia falou dos óculos, lembrei que tenho muitas histórias, já que uso este apetrecho desde os três anos de idade. Uma delas aconteceu – desculpem, não é esnobismo – em Roma, onde eu estava passeando num verão europeu. E quando passeio, olho não somente os monumentos, mas também vitrines, que não sou de ferro, apesar de não comprar desenfreadamente. E o que se vê nas vitrines italianas é de babar. Eles são especialistas em designer e têm refinado bom gosto.

Então passei diante de uma ótica. Naquela época o que se oferecia por aqui em matéria de armações não era lá dessas coisas, o que havia de melhor era importado e custava, portanto, os olhos da cara. Examinando aquela vitrine, vi óculos lindíssimos acessíveis ao meu bolso. Entrei na loja.

Experimenta daqui, experimenta dali, dúvida cruel. Ainda mais porque não enxergo quase nada sem as lentes... Minha tia ajudava na escolha e as vendedoras (juntaram umas três) não paravam de trazer mais e mais armações... Finalmente cheguei a uma decisão. E quando coloquei aqueles óculos escuros sobre o nariz pela milésima vez, para ter certeza do efeito no meu rosto, uma das vendedoras falou:

_ Oh! Come sei mórbida con questi occhiali da sole!

Comprei assim mesmo. Aquela morbidez fez o maior sucesso!

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Mórbido em italiano é suave, delicado, bonito...