E ASSIM SE PASSARAM DOIS ANOS...
No dia 30 de maio de 2008, publiquei pela primeira vez aqui no Recanto. De forma antecipada, vou comemorar esses dois anos com a republicação do meu primeiro
UM POETA EM CADA ESQUINA
.
Quem disse foi Apollinaire: “Piedade para nós, que exploramos as fronteiras do irreal”.Apollinaire era poeta. Poeta igual aos que dizem existir em cada esquina desta minha cidade Natal; o que acho belo, belíssimo.
Para mim a profusão de poetas não incomoda nenhum pouco, muito pelo contrário, quisera eu que a humanidade fosse constituída deles, pois como acreditava Pablo Neruda, eu também acredito, que “a poesia é sempre um ato de paz. O poeta nasce da paz como o pão nasce da farinha”.
Há quem defina, também, todo ser humano como “um poeta-trágico”sustentando que: poeta, porque é iluminado pelo senso de beleza; trágico, porque é ensombrecido pela consciência de sua finitude.
Contudo, houve no passado alguém que torcia o nariz para tal profusão. Vejamos o que pensava esse alguém, membro fundador da Academia Brasileira de Letras de nome Sílvio Romero, que assim expressou o seu ponto de vista:
“Um exagerado número de poetas, num povo dado, é claro indício da sua defeituosa organização social e da pouca profundeza e seriedade de sua cultura. O Brasil é a mais eloqüente prova deste fato nos modernos tempos; se uma imensa multidão de fazedores de versos fosse prova de força, cultura, progresso, adiantamento, riqueza e bem-estar, seria o primeiro país do mundo. E não é porque sejam todos maus poetas, são, ao invés, bons em grande número...”
Registrado o pensamento de alguns, tenho diante de mim poemas de poetas que fui encontrando nas voltas que o mundo dá, cujos versos me tocam profundamente, como estes do poema de Yasmine Lemos,“Hora da Colheita” – Pensava ser pedaços de grãos. / Ouvindo o seu canto descobri: / Não sou metade / Sou inteira / Eu fui. / E voltei / Voei / Eu era / E gostei / E quero/Continuar sendo isso: / Corpo e terra / Alma e semente / Verdade plantada / Amizade enraizada / Defeitos podados / Retirados os gostos amargos / Fazer a colheita / Colher os frutos / Comermos juntos. / Felicidade.
Do poeta Assis Fernandes, versos do poema “Despedida” –Adeus amigo! /Chegou a hora de entender o tempo, /o sentido das coisas, / o limite do espaço. / Não me resta senão dizer adeus! / Tudo caminha no correr das horas / e os dias passam / sem retorno ou pausa; / um minuto, sequer, não pode ser roubado / Tenho de ir – as malas estão prontas, / arrumei os volumes com cuidado. /Transporto o mais pesado – o de saudades - , / mandei seguir em frente o de esperanças. /Devo partir, pois já chegou a hora / Quero que saibas, enfim, e para sempre, - / o mais belo capítulo, o da amizade, / fomos nós, / tu e eu / que escrevemos. (Asas e Vôo – poemas)
Seria injusto não recordar minha querida amiga e poeta Welshe Elda, versos do poema “Vida”. Passar a limpo à vida / Esgotar no ralo impurezas / Espremer, descarregar culpas / De um corpo e alma atormentados/ Sentir leveza e transparência / Gostar da nova morada / Deixar fluir sentimentos / Sem culpa /Sem tormento/ Com vida. ( Mudanças – poemas).
São tantos e tão bons poetas, que dá vontade de sair por ai, feito o Paulinho da Viola tomando benção para todos eles.
No dia 30 de maio de 2008, publiquei pela primeira vez aqui no Recanto. De forma antecipada, vou comemorar esses dois anos com a republicação do meu primeiro
UM POETA EM CADA ESQUINA
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Quem disse foi Apollinaire: “Piedade para nós, que exploramos as fronteiras do irreal”.Apollinaire era poeta. Poeta igual aos que dizem existir em cada esquina desta minha cidade Natal; o que acho belo, belíssimo.
Para mim a profusão de poetas não incomoda nenhum pouco, muito pelo contrário, quisera eu que a humanidade fosse constituída deles, pois como acreditava Pablo Neruda, eu também acredito, que “a poesia é sempre um ato de paz. O poeta nasce da paz como o pão nasce da farinha”.
Há quem defina, também, todo ser humano como “um poeta-trágico”sustentando que: poeta, porque é iluminado pelo senso de beleza; trágico, porque é ensombrecido pela consciência de sua finitude.
Contudo, houve no passado alguém que torcia o nariz para tal profusão. Vejamos o que pensava esse alguém, membro fundador da Academia Brasileira de Letras de nome Sílvio Romero, que assim expressou o seu ponto de vista:
“Um exagerado número de poetas, num povo dado, é claro indício da sua defeituosa organização social e da pouca profundeza e seriedade de sua cultura. O Brasil é a mais eloqüente prova deste fato nos modernos tempos; se uma imensa multidão de fazedores de versos fosse prova de força, cultura, progresso, adiantamento, riqueza e bem-estar, seria o primeiro país do mundo. E não é porque sejam todos maus poetas, são, ao invés, bons em grande número...”
Registrado o pensamento de alguns, tenho diante de mim poemas de poetas que fui encontrando nas voltas que o mundo dá, cujos versos me tocam profundamente, como estes do poema de Yasmine Lemos,“Hora da Colheita” – Pensava ser pedaços de grãos. / Ouvindo o seu canto descobri: / Não sou metade / Sou inteira / Eu fui. / E voltei / Voei / Eu era / E gostei / E quero/Continuar sendo isso: / Corpo e terra / Alma e semente / Verdade plantada / Amizade enraizada / Defeitos podados / Retirados os gostos amargos / Fazer a colheita / Colher os frutos / Comermos juntos. / Felicidade.
Do poeta Assis Fernandes, versos do poema “Despedida” –Adeus amigo! /Chegou a hora de entender o tempo, /o sentido das coisas, / o limite do espaço. / Não me resta senão dizer adeus! / Tudo caminha no correr das horas / e os dias passam / sem retorno ou pausa; / um minuto, sequer, não pode ser roubado / Tenho de ir – as malas estão prontas, / arrumei os volumes com cuidado. /Transporto o mais pesado – o de saudades - , / mandei seguir em frente o de esperanças. /Devo partir, pois já chegou a hora / Quero que saibas, enfim, e para sempre, - / o mais belo capítulo, o da amizade, / fomos nós, / tu e eu / que escrevemos. (Asas e Vôo – poemas)
Seria injusto não recordar minha querida amiga e poeta Welshe Elda, versos do poema “Vida”. Passar a limpo à vida / Esgotar no ralo impurezas / Espremer, descarregar culpas / De um corpo e alma atormentados/ Sentir leveza e transparência / Gostar da nova morada / Deixar fluir sentimentos / Sem culpa /Sem tormento/ Com vida. ( Mudanças – poemas).
São tantos e tão bons poetas, que dá vontade de sair por ai, feito o Paulinho da Viola tomando benção para todos eles.