CRÔNICA DE UM MARINHEIRO GENOVÊS APÓS 500 ANOS DE SUA AMERICANA VIAGEM

Trata-se de um acidente de percurso e não o desfecho de uma deliberada política dos reis espanhóis (embora o mercantilismo tenha impulsionado o imperialismo expansionista).

Achei uma boa ideia homenagear o companheiro Vespúcio.

Creio não ser minha culpa se o “El Dorado”, “La Plata” e o sangue rubro de ameríndios foram usados para formar o tesouro da Europa em mãos inglesas que inventaram a “Revolução Industrial” e o “Primeiro Mundo”.

Deus salvou a América do Norte da Segunda Guerra Mundial e a tornou uma grande potência.

A “Pan América” não é apenas um sonho, é nome de estação de rádio e empresa aérea.

Centro e sul-américas, porção latina rica de matérias-primas, braços e ‘commodities’, ainda fazem a fortuna do hemisfério norte.

Um novo ‘mapa-múndi’, sob a forma de uma grande “puzzle”, está-se moldando com o vazio do Leste Europeu pós-guerra-fria, com a Comunidade Econômica Européia, com os “Tigres” do Pacífico e o bloco norte-americano. Há espaço para um MERCOSUL?

Preocupa-me, porém, o Médio-Oriente, a África e outras nações em conflito.

500 anos de percurso rumo à modernidade, em busca do bem-estar econômico, da justiça social e da paz mundial.

Retomarei a Caravela, hoje turbinada, rumo ao próximo século para descobrir a harmonia entre os homens.

Vou urgente porque o planeta não pode esperar mais 500 anos.

Assinado Christovam Columbus.

Ano da graça de 1900 e muita coisa.

(Juiz de Fora, agosto 1996)