Uma Árvore,
Um Filho e
Um Livro
Diz o clichê que, para uma vida completa, a pessoa precisa plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro.
Depois de crescer no meio de cinco pestinhas e ver o quanto a mamãe sofreu com sua maternal missão, não me empolguei muito com a idéia de perpetuar-me por meio de um herdeiro... É um jogo meio imprevisível e, sendo um jogo, lembro-me de um outro clichê: felizes no amor que somos, as chances do moleque nascer com a genética toda focada nos nossos defeitos seria enorme...
Quanto à árvore, até já tentei algumas vezes... Lembra o Tistu? O Menino do Dedo Verde criado por Maurice Druon que fazia brotarem flores onde quer que tocasse? Então!! Esta sou eu, "a coroa do dedo roxo". Se for colher flores num pé de ipê, é arriscado secar a árvore. Nada do que eu planto vinga.
Sobrou o livro. Poderia dar como cumprida a missão, já que o objetivo é escrever e não publicar. Devido a uma pretensa veia literária, tenho material escrito para bem uns três livros de grosso calibre. Desanimava-me a convicção de que publicar hoje, no Brasil, é mais ou menos como ter uma chácara: de vez em quando você aparece com um saco cheio de mangas, goiabas e laranjas para doar entre os amigos, às vezes até vende uns ovos, um queijinho fresco. Mas se for botar no papel, de lucro mesmo, só o prazer.
Neste ponto, veio a amiga Zélia Freire querendo me dar um presente. Tendo amigos donos de uma editora, me fez selecionar alguns textos e publicou, para mim, uma coletânea. Dez exemplares apenas, para dar aos familiares. Fiquei toda prosa. E. não me refiro aqui ao estilo literário adotado nos textos selecionados, mas ao meu estado de espírito de total enlevo e gratidão a essa amiga tão gentil e generosa. Não foi um lançamento "comme il fault" (obrigada Amílcar! adorei a expressão!!), mas ter o livro nas mãos, o meu livro, deu um prazer talvez comparável ao do dono de chácara quando, pela primeira vez, posta-se sob aquela jaboticabeira que ele viu crescer e se farta com as negras frutinhas muito doces colhidas em seu tronco. Um amor comparável apenas ao de uma mãe ao acalentar e exibir seu lindo bebê aos olhares de encantamento dos amigos.
Diante do volume de quase trezentas páginas dos meus melhores textos, dei-me conta de que a tiragem de dez não foi suficiente nem mesmo para a família. E não teve mais jeito: quedei-me seduzida. Conversando com os colegas da área de integração social dos Correios, onde trabalho, recebi todo o apoio para realizar o lançamento em território Ecetista, aproveitando o ensejo de uma Feira de Talentos Internos. Corri atrás de uma editora que, em tempo recorde se propusesse a disponibilizar-me os livros. Diante do custo, optei por uma seleção um pouco menor: das trezentas páginas, restaram oitenta.
A Editora All Print aceitou e cumpriu o desafio. Fechamos o contrato na terça-feira, na quarta-feira seguinte, sessenta exemplares eram postados por SEDEX 10 (viva os Correios!!) e chegaram mesmo aqui na quinta-feira, dia do lançamento, às nove horas e cinqüenta e dois minutos da manhã. Foi quando tive a certeza: tudo daria certo.
E deu. O evento foi sensacional! Minha mãe, meus irmãos, sobrinhos, agregados e uma penca de amigos compareceu, prestigiando a festa e o meu livro.
Vendi tudo e ainda fiquei devendo sete da próxima leva, que deve estar a caminho. Tomara que chegue logo, porque a todo instante esbarro com alguém que manifesta sua intenção de adquirir um, prestigiar meu trabalho.
Dizer que estou feliz é pouco. Porém, definitivamente, não estou completa.
Não é que tenha mudado minha decisão sobre filhos e também não creio que tenha me tornado capaz de plantar uma árvore.
Apenas penso que quem criou essa "máxima" para uma vida completa, nunca chegou mesmo a publicar um livro.
Por que, se tivesse, saberia que é impossível sentir-se completo após a publicação do primeiro.
****
Veja as fotos do lançamento:
http://www.orkut.com.br
Ah! E se quiser adquirir o livro, é só entrar em contato para combinarmos. Também tenho alguns exemplares do livro do meu irmão: O Fantasma do Ramalhão.
Um Filho e
Um Livro
Diz o clichê que, para uma vida completa, a pessoa precisa plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro.
Depois de crescer no meio de cinco pestinhas e ver o quanto a mamãe sofreu com sua maternal missão, não me empolguei muito com a idéia de perpetuar-me por meio de um herdeiro... É um jogo meio imprevisível e, sendo um jogo, lembro-me de um outro clichê: felizes no amor que somos, as chances do moleque nascer com a genética toda focada nos nossos defeitos seria enorme...
Quanto à árvore, até já tentei algumas vezes... Lembra o Tistu? O Menino do Dedo Verde criado por Maurice Druon que fazia brotarem flores onde quer que tocasse? Então!! Esta sou eu, "a coroa do dedo roxo". Se for colher flores num pé de ipê, é arriscado secar a árvore. Nada do que eu planto vinga.
Sobrou o livro. Poderia dar como cumprida a missão, já que o objetivo é escrever e não publicar. Devido a uma pretensa veia literária, tenho material escrito para bem uns três livros de grosso calibre. Desanimava-me a convicção de que publicar hoje, no Brasil, é mais ou menos como ter uma chácara: de vez em quando você aparece com um saco cheio de mangas, goiabas e laranjas para doar entre os amigos, às vezes até vende uns ovos, um queijinho fresco. Mas se for botar no papel, de lucro mesmo, só o prazer.
Neste ponto, veio a amiga Zélia Freire querendo me dar um presente. Tendo amigos donos de uma editora, me fez selecionar alguns textos e publicou, para mim, uma coletânea. Dez exemplares apenas, para dar aos familiares. Fiquei toda prosa. E. não me refiro aqui ao estilo literário adotado nos textos selecionados, mas ao meu estado de espírito de total enlevo e gratidão a essa amiga tão gentil e generosa. Não foi um lançamento "comme il fault" (obrigada Amílcar! adorei a expressão!!), mas ter o livro nas mãos, o meu livro, deu um prazer talvez comparável ao do dono de chácara quando, pela primeira vez, posta-se sob aquela jaboticabeira que ele viu crescer e se farta com as negras frutinhas muito doces colhidas em seu tronco. Um amor comparável apenas ao de uma mãe ao acalentar e exibir seu lindo bebê aos olhares de encantamento dos amigos.
Diante do volume de quase trezentas páginas dos meus melhores textos, dei-me conta de que a tiragem de dez não foi suficiente nem mesmo para a família. E não teve mais jeito: quedei-me seduzida. Conversando com os colegas da área de integração social dos Correios, onde trabalho, recebi todo o apoio para realizar o lançamento em território Ecetista, aproveitando o ensejo de uma Feira de Talentos Internos. Corri atrás de uma editora que, em tempo recorde se propusesse a disponibilizar-me os livros. Diante do custo, optei por uma seleção um pouco menor: das trezentas páginas, restaram oitenta.
A Editora All Print aceitou e cumpriu o desafio. Fechamos o contrato na terça-feira, na quarta-feira seguinte, sessenta exemplares eram postados por SEDEX 10 (viva os Correios!!) e chegaram mesmo aqui na quinta-feira, dia do lançamento, às nove horas e cinqüenta e dois minutos da manhã. Foi quando tive a certeza: tudo daria certo.
E deu. O evento foi sensacional! Minha mãe, meus irmãos, sobrinhos, agregados e uma penca de amigos compareceu, prestigiando a festa e o meu livro.
Vendi tudo e ainda fiquei devendo sete da próxima leva, que deve estar a caminho. Tomara que chegue logo, porque a todo instante esbarro com alguém que manifesta sua intenção de adquirir um, prestigiar meu trabalho.
Dizer que estou feliz é pouco. Porém, definitivamente, não estou completa.
Não é que tenha mudado minha decisão sobre filhos e também não creio que tenha me tornado capaz de plantar uma árvore.
Apenas penso que quem criou essa "máxima" para uma vida completa, nunca chegou mesmo a publicar um livro.
Por que, se tivesse, saberia que é impossível sentir-se completo após a publicação do primeiro.
****
Veja as fotos do lançamento:
http://www.orkut.com.br
Ah! E se quiser adquirir o livro, é só entrar em contato para combinarmos. Também tenho alguns exemplares do livro do meu irmão: O Fantasma do Ramalhão.