Mães!Nós as donas de tudo, ainda.
"Nós as donas de tudo"
Esses dias, estive prestando atenção,nos comerciais do dia das mães e fiquei pensando...
Nada mudou, desde o tempo em que eu cantava a música do "avental sujo de ovo", na festa do colégio de irmãs, até hoje em tempos de o "meu guri" do Chico Buarque. Continuam a querer nos dar , fogão, ferro de passar, faqueiro, e até , pasmem(!!!!), aparelho para surdez!!
Eu entendo que certas coisas como essas, desse gênero, são coisas de utilidade, de casa, que se compra para o uso da família, ou para problemas de saúde, e que até muitas mães que podem compram elas mesmas, estas coisas para sí ou para sua família, para casa. Os anos de liberação feminina, me deixaram a consciência do meu próprio sustento, e compro eu mesma o que gosto ou preciso.
Não estou pregando o consumo, dia das mães é todo dia, mas é natural que, tendo um dia, criado para louvar a mãe (ou o lucro), pelo menos se dê a elas, uma coisa , para elas, ou pelo menos um dia diferente.Tipo, levar a mãe para o cinema, ao boliche, ao teatro, ou para dançar, etc...Ou dar uma bijuteria, uma blusa, um sapato, um perfume, ou flores, um livro, cd, dvd, com um cartão escrito pelos filhos e não pelo vendedor da floricultura, enfim coisas do íntimo , dos filhos para suas mães, dependendo do tipo de personalidade de cada uma , e poder aquisitivo, é claro, um belo abraço, um beijo e muito mimo!!
Acordar a mãe com o café da manhã, fazer cartazes pela casa, etc...
Mas o pior disso tudo, é que constatei, que muitas mulheres querem essas coisas, porque passaram a sentir-se parte da casa, e não conseguem ver a diferença, entre essas coisas.
Não falo do fato de algumas mulheres gostarem de ser donas de casa, pode perfeitamente ser uma escolha saudável, o papel de dona de casa, trabalhando fora ou não é fundamental e importante, o triste é sentir-se como utensílho doméstico e não como pessoa, não ter vida própria, viver a vida dos outros, isso é triste.
A tão falada liberação feminina, e o que dizem as estatísticas, que a maioria das mulheres que trabalham fora e são liberadas, não passa de balela, pois a maioria trabalha porque precisa, para ajudar o marido, ou criar os filhos sozinhas, e não trabalham no que gostam, mas no que conseguiram.
Que liberação que nada !!Necessidade é a palavra, responsabilidade é a tônica!
Então neste dia elas merecem ser só mulheres, pessoas, mães!!!
Mesmo as que são"do lar", ou simplesmente donas de casa, essas trabalham sem salário , para que os outros membros da família possam sair de casa para estudar ,trabalhar, com a roupa, a calcinha, a cueca, que elas lavam, ou passam, o sapato que elas limpam, alimentados com a comida que elas fazem, etc...Que economia!!!
Tenho esta imagem de minha avó paterna, com o avental sujo de ôvo, e guardo com ternura e carinho, e sei valorizar este tipo de mulher, tanto quanto a imagem de minha mãe chegando do trabalho e me abraçando.
Tudo evoluiu, mas mãe é mãe e não é frase feita, é verdade, temos algumas característaicas comuns, em meio a diferenças.
Sabe , eu acho que sou meio careta, porque gostava mesmo era daquele presente todo desengonçado, feito na escola, com aquele cartão todo escrito errado, e que vinha com aquela carinha meiga, toda envergonhada, dizendo:
Mamãe, é prá você!!!
E sentir aqueles bracinhos em volta de meu pescoço, e isso justificando todos aqueles nove meses, que aliás amei e aquela barriga que acaba deixando herança, eterna em nós, para depois aturarmos aquele apelido, do qual eles nos chamam:
Fofinha, gorducha, gatosa...mesmo que a gente não esteja gorda.
E as declarações de amor:
"Mamãe quando eu crescer quero casar com você", rs...
Puxa eu adorava, aquelas flores de plástico, do maternal, e aquele lanche com o infalível pão de queijo e brigadeiro , que serviam todo ano na escola.
E aquele número de cantoria boboca que fazia com que eu me debulhasse em lágrimas!!
E a gincana, que acabava com minhas pernas!
Como era boooommmmm!!!
O tempo passou e pouca coisa mudou, acho que muitas mães que estão lendo essa mensagem devem conhecer bem do que falo, e me entendem.
O tempo passa , viu, mães jovens!!!
Aproveitem, essa festinha que tira a tarde de trabalho, falte ao trabalho e curta!!!
Chorem tudo , enquanto eles cantam!!Fiquem de pé para aplaudir!!!
Eles ficam lá só procurando as mães na platéia.
Porque o que vale é o amor, esse é eterno, e as lembranças ficam para embalar nossa saudade, quando eles crescem, e vale cada minuto que se passou com eles!!Como vale!!!!
Depois só se tem que esperar os netos para começar tudo outra vez, tudo tudo de novo, como na música.
Avós tradicionais, como minha mãe, ou gatíssimas como as minhas amigas Astir e Tânia, e a primas Bel e Theresa, mas todas embaladas novamante por essa chance de reviver esses momentos.
Por que ainda somos a dona de tudo, mas rainha do lar, de fato já não somos, mas ainda podemos ser sim, ser a rainha dos corações de nosso amados filhos!!Posto que todas nós almejamos, rs...desculpem as noras,rs...
Merecemos presentes sim!!Quem não gosta!Mas especias, aliados ao amor.Independente de preço.Que nos façam sentir que somos pessoas, mães.
Ah! Se eles entendessem, mas vão precisar ter filhos primeiro para entender!!Os filhos através das mulheres e as filhas através de si mesmas.
Porque uma coisa ainda é verdade, seja para as mães felizes ou as que perderam seus filhos, as mães de doutores, traficantes, presidentes, etc...
"Eles valem mais para nós que o céu que o terra que o mar", pois são os tesouros , os presentes valiosos que recebemos de Deus!!!
Feliz dia das Mães...para vcs...
Filhos!!!
Augusta Melo
Rio de Janeiro
LDA 9.160