Sem bom senso, nada feito
Quantas pessoas estão batendo cabeça e passando por “sufocos”, estão complicando as coisas simples e entrando em becos sem saída, estão esmurrando pontas de facas e entrando em parafuso, algumas se estressando e caindo em depressão, tudo porque não conseguem simplesmente usar o bom senso e o equilíbrio em seus pensamentos, palavras e ações, perante situações delicadas do cotidiano.
Qual será o impedimento criado junto aos cidadãos para que essa problemática se perpetue “ad infinitum”? Afinal já chegamos a um período em que uma criança de cinco anos tem acesso a uma quantidade de informações muito superiores do que a de um “senhor” de quarenta anos, perto de um século atrás. Nessa época passada, a Igreja ainda tinha forte influência no caráter do pessoal, inclusive através do combate sistemático a qualquer tipo de religiosidade espiritualizada, mais particularmente ao espiritismo de Kardec, portanto o império dos dogmas católicos e a influência massificada do endeusamento da ciência materialista, mais em especial da medicina, mantiveram os indivíduos sob um manto de ignorância institucionalizada. O pior de tudo isso é que, em nome do cristianismo, foram sendo criadas dezenas de seitas evangélicas, por onde muita gente, descontente com as normas católicas, que já não se coadunam com os tempos atuais, visto sua ortodoxia superada e imposta, começou a procurar por algo mais pragmático e “moderno”, que preenchesse sua necessidade na resolução de problemas de saúde, financeiros e sentimentais, mesmo que tendo de desembolsar alguns “trocados”. Isto é o mesmo que pular do caldeirão para o fogo, ou seja, nada feito em termos de crescimento espiritual, induzindo muitos a desacreditarem até de Deus, porque fora do bom senso nada se concretiza.
O conhecimento sério sobre a espiritualidade e a sua verdadeira influência em nossas vidas, norteando-nos no sonen (razão, sentimento e vontade), nas palavras e ações, incutindo no âmago da nossa alma a semente do bom senso no tratamento com os semelhantes, com nossos desencantos e mágoas, com os problemas de ordem social, política ou familiar que nos afligem, é que nos dá força para a tomada de decisões centradas e coerentes. Essas atitudes, respaldadas pelo bom senso, deverão entrar em choque com os paradigmas instituídos pelos dogmas religiosos ultrapassados, pela falsa moral e pela ciência materialista, porque, infelizmente, tudo isso está trazendo o Planeta para a autodestruição. Este é o momento de o homem se preocupar com a própria individualidade, razão pela qual tem que criar o espírito de busca do caminho a ser seguido pelo bom senso, daqui pra frente, se quiser construir algo de positivo à sua espiritualidade e a de seus descendentes.
Assim como antigamente havia uma instituição montada para manter os homens sob controle através da religião e pela ciência, hoje ela mudou para novas formas, tão ou mais perigosas de alienação, porque o poder da massificação de conceitos, transmitidos pelos canais televisivos e “internéticos”, é bem maior, atingindo toda a área global, levando a humanidade a se submeter à corrente da inutilidade importante, para perderem o conceito de bom senso. Daí vamos encontrar a grande preocupação mundial com os campeonatos de futebol, com as Olimpíadas, com o carnaval, com o reality show e mais um montão de atividades perniciosas ao crescimento espiritual do povo, para que ele seja mantido, indefinidamente, na subserviência das classes dominantes do poder econômico e político. Enquanto o povão se mantiver entretido e preocupado com eventos absolutamente inócuos, lutando e gastando energias com conhecimentos totalmente inúteis, desperdiçando seu tempo de vida com ilusões momentâneas, insípidas, sem conteúdo espiritual, ele irá se manter na mesmice, o que embota o cérebro e destrói a capacidade de raciocínio lógico, fundamentado no bom senso.
Somente um insensato ou um ignóbil poderia se colocar contra minhas afirmações, mesmo assim usando o caminho do “achismo” ou da “opinião”, que não tem força comprobatória sobre qualquer tipo de argumentação, portanto afirmo e confirmo: _Sem bom senso, nada feito, com certeza.