Por um país socialmente feliz
Vivemos um mundo insano, todo fantasmagórico, irreal e ilusório. Numa época de hipocrisia, de contos fantasiosos, mas sem magia, sem brilho, nem cor, alegria.
Vamos para fatos: Gastaremos, nós brasileiros, bilhões de reais da esfera pública, em construção de estádios para sediar a Olimpíada e Copa do Mundo. Bilhões! Obras superfaturadas, com desvio a reveria, sem rigorosas fiscalizações. Muitos me dirão que haverá um crescimento econômico, geração de empregos, valorização do capital, visibilidade mundial. Concordo, mas não assino embaixo. Digo o por quê.
Com tudo isso, eu, ficaria radiantemente feliz se vivêssemos num país onde não houvesse espera em cirurgias, se não faltassem leitos em hospitais, se houvesse profissionais mais bem remunerados. Se não tivessem desmoronamentos e alagamentos, muito menos soterramentos e dor. Mas há! E muito que existe violência das mais diversas formas, nos quatro cantos do país, em todos os instantes e nas mais diversas classes sociais. Estamos em era de epidemias. De cocaína, crack, álcool. Das mães que choram ao verem seus filhos morrendo e remoendo do vício. Dos pais que enterram seus filhos mortos por dengue, meningite e malária. Professores mal remunerados, das escolas que formam alunos semi-analfabetos, sem visão crítica, alheios a tudo e todos. Há evasão escolar, políticos que roubam, favelas e comunidades tomadas pelo crime, policiais bandidos, tudo isso há.
Se tivéssemos serenidade e um pingo de sanidade mental gastaríamos investindo para a melhoria destes pontos supracitados, pra daí sim, socialmente preparados, sediarmos a mais bela dentre todas festas do futebol.
Parece tudo belo, que não há problemas, mas há.