"CHORAR DE BARRIGA CHEIA" Crônica de: Flávio Cavalcante
CHORAR DE BARRIGA CHEIA
Crônica de:
Flávio Cavalcante
É muito fácil atirar pedras nos outros quando não temos nada a vir com os problemas alheios. Temos a mania de achar que o que é de ruim acontece com o vizinho, nunca conosco. Isso é próprio do ser humano. Não sei se é propriedade da natureza que tenta apaziguar a mente e o corpo, colocando essa sensação exatamente para não dar conflito e estando em paz conosco mesmos, achando dessa forma, podemos concluir a nossa missão sem sintonia corpo, espírito e mente.
É lamentável o que vem acontecendo com a nossa natureza. A transição brusca de temperatura que acontece no atualmente é algo estupefato. O temor a Deus que deveria existir com relação ao homem,se tornara esquecido por causa da total ganância.
Rio de Janeiro passou por maus bocados uns meses atrás com desmoronamentos soterrando várias famílias, precisamente no dia 03 de abril de 2010, foi marcado o dia do desespero. Uma visão de terror, por causa da transição de temperatura que surpreendeu toda a população da cidade maravilhosa. Hoje, família que numa determinada noite estava com tudo e todos em paz e no dia seguinte se viram numa situação de receber ajuda filantrópica.
Naquele dia vimos a solidariedade gritando nas mãos dos voluntários disponíveis a se entregar de corpo e alma em proll da ajuda de irmãos necessitados. Isso prova por A e mais B que o mundo tem um jeito de dar certo; basta trabalhar pra ver o resultado desabrochar. Fazer na realidade uma plantação de amor nos corações ainda embrutecidos.
A consciência da mudança tem que partir também do querer do homem individualista, que ainda dorme sob sua ilusão de que o mundo terreno é pra sempre, esquecendo que se tem tudo e reclama de tudo como se não tivesse nada. Na realidade o homem chora de barriga cheia, esquecendo de olhar para o lado. Quantas pessoas neste exato momento não gostariam de estar em nosso lugar? Gozamos de saúde em abundância, temos tudo para a nossa sobrevivência. O que precisa no homem contemporâneo é exatamente aprender a agradecer e parar de reclamar.
É estupefato como as coisas acontecem de uma hora para outra numa rapidez imperceptível á nossa mente. Dependendo do acontecimento, há uma mudança geral na vida de todos. É o despencar de uma pedra de cima de um precipício. O impacto será de acordo com a altura que ela se desprendeu. Assim é a nossa vida. Ninguém está livre de nada; somo matéria e frágil. As coisas não acontecem só com o nosso vizinho do lado. De uma hora para outra pode haver uma mudança de forma, que poderá marcar profundamente a nossa concepção e daí acordar para a vida, mostrando que aquela fortaleza que falava em tom de arrogância e individualismo agora não passa de um poço raso, um galho fraco e frágil, necessitando da ajuda de outrem, coisa que há um ínfimo momento atrás, fez pouco caso para o problema alheio.
É VIL CHORAR DE BARRIGA CHEIA. AMANHÃ ELA PODE SECAR REALMENTE E ISTO PODERÁ LHE CUSTAR MUITO CARO PARA RECUPERAR O QUE ONTEM ERA UM JARDIM FLORIDO E HOJE O QUE RESTA É SÓ ESPINHO EM SUA CAMINHADA.
- FIM -