DORES DA LIBERDADE

DORES DA LIBERDADE

Não quero com esta crônica puxar o saco das mulheres, mesmo porque, elas não teriam, nem paciência e nem tempo, para se verem aduladas todo o tempo. São apenas fatos, cujas evidências viçaram raízes no pós liberdade.

Para os homens, como bem se pode imaginar, foi um inicio difícil de ser assimilado. Mas as leis foram dando evidência dos novos tempos e, assim mesmo – e isso perdura até hoje – na real conjuntura, a sucessividade dos acontecimentos e práticas, mostra a não assimilação daquilo que é tido por perdas de “mando” e de inferiorização deles ao sexo feminino. No meu entender veio da própria Igreja Católica o exemplo, não permitindo, por exemplo, a ordenação de sacerdotisas na acepção da palavra, como ministros oficiantes das missas. Pode isso parecer uma prática corriqueira, mas, o cômputo geral sendo analisado, há de ser visto um como que machismo irreverente, que depõe contra as mulheres e as relega ao plano de seres inferiores. Sendo a Igreja, que dantes infiltrada no Estado tinha nele poder de mando, o símbolo maior das coisas divinas, assim tidas por todos os povos cristãos, as leis dos governos desses povos foram niveladas ao sabor dessa aceitação universal. Umas nações mais decepcionantes, outras menos, mas os fatos revelaram, ao correr dos anos, a clara disposição de inferiorizar o elemento feminino no conjunto. E isso é a volta ao paganismo da moral cristã. Fora totalitária ou, pelo menos, em maior número a crença no nada após a morte do corpo, ainda seria crível esse procedimento discriminativo social. Mas estamos numa era avançada em que, de alguma forma, evidencia-se a divindade de Deus em todos os povos. Lembro esse fato porque, havendo Ele colocado nas almas igual potencialidade intelectual e moral para ser desenvolvida, somente no corpo material verifica-se a diferenciação dos sexos. E, sendo assim, o elemento masculino tem o potencial da força física, portanto mais brutos (que deveria ser só no bom sentido). Elas, pela divina dádiva da maternidade, têm menor potencialidade física, mas, em contraposição, enormemente mais desenvolvida a sensibilidade, a inteligência criativa e o potencial amoroso em todos os sentidos. Porém essa menor capacidade para a realização das coisas brutas, compreendendo o trabalho pesado, potencializa-as na realização dos trabalhos comuns a todos. Pena que essa capacidade ainda não foi plenamente reconhecida. Amiúde vêem-se empresas pagando menor salário às mulheres que aos homens, em tarefas congêneres.

A maior pedra nos sapatos das mulheres localiza-se no fato da não aceitação, por parte de alguns homens, das conquistas no campo das igualdades amorosas. Um exemplo clássico está na separação do casal por incompatibilidade de gênios ou, porque não, terem sido as próprias causas, as origens seculares: o mando, o ciúme, o sentimento de posse, enfim, a lei do mais forte. Quase todas as semanas vê-se estampado no noticiário da mídia o assassinato de uma mulher, cujo assassino foi o ex-companheiro, o ex-marido, o ex-namorado ou o ex-amante. Muitos homens ainda não se compenetraram do fato de que ninguém é obrigado a aturar a consorte ou o companheiro, quando sofre espancamentos, maus tratos ou, simplesmente, porque descobre que seus gênios não combinam e, que, uma vez separados, cada qual readquire o direito da vida própria.

Há uma falha no sistema, que não inibe os machões no seu intento possessivo, não tomando as providências cabíveis em lei logo ao primeiro alarme (BO). A garantia de que, se necessário, o agressor venha a ser punido logo ao primeiro ataque, traria maior tranquilidade e conforto à mulher para, sem medo e sem preocupação dessa ordem, poder desempenhar livremente seu novo papel, sem ter que abandonar o direito de continuar sendo mulher, em refazendo sua vida amorosa.

Com essa explanação quero evidenciar que, apesar dos pesares, as mulheres que, por um motivo ou outro, resolvem retomar a vida sozinhas, têm nos filhos o seu amparo (ou desconforto de criar, também, os netos) e a motivação para entrar de cabeça no mercado de trabalho. Além de este ser o caminho mais curto para acomodação emocional dos seus novos deveres (ser pai e mãe), é, também, um imperativo de sobrevivência, provendo agora ela, o bem-estar da família, isto é, dos seus filhos.

Às jovens mamães, os parabéns pela passagem do seu dia.

Às mães idosas – mas sempre lindas – congratulações.

Para a mãezinha do céu um pedido: abençoa todas as mamães encarnadas da terra e... cuida bem da minha mãe biológica, que está aí a teu lado. Eu te imploro!

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 07/05/2010
Reeditado em 10/05/2010
Código do texto: T2243381
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