Mãe. Amor Precioso.

"Dedico esta homenagem a minha mãe e a todas as mães do Recanto das Letras"

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Hoje fico te olhando e me dando conta de como foi maravilhoso ser teu filho.

Ah, minha mãe, como te amo!

Lembra quando estavas grávida de mim? Teu sorriso era o mais belo que da cidade. Tua felicidade saltava fora e contaminava a todos que de ti se aproximavam.

Eu lembro, acredita? Estava dentro de teu ventre e me esticava sempre com uma vontade louca de vir aqui pra fora. Queria olhar pra ti e sentir teu amor. Já nos últimos meses, não dormias mais deitada. Cercada de travesseiros ao lado do meu pai, apenas cochilavas. Lá dentro eu gritava: “Vamos! Ta na hora não?” Tu alisavas a barriga e cheia de esperanças me falavas: “ Se for mulher vai receber o nome de minha mãe, se for homem... o pai é que escolhe”. Imediatamente conferi e indaguei a mim mesmo: Será que isso aqui quer dizer que sou mulher? Desconfiei que não era.

O dia chegou. O médico veio com uma enfermeira e eu lá querendo sair de qualquer maneira. Como demorou...

Ufaaaa... Consegui!

Credo! Mal nasci e já levei duas palmadas na bumda! Abri o maior berreiro. Toda a vizinhança deve ter ouvido.

Havia muita luz. Mal podia abrir meus olhos. Molharam-me todo. Passaram algo em mim e depois me enrolaram em panos... Gostei disso. Mas estava faminto. Fiz muita força pra nascer. Abri no choro. Ninguém entendia o que eu queria e escutei o medico dizer: “Este moleque vai te dar trabalho”.

Então... Te escutei mãezinha: “Me dá ele aqui. O meu filhinho esta faminto.

E mamei até me fartar. Dormi até a fome voltar.

Quando passei a enxergar melhor ficava te admirando enquanto mamava. Tu eras linda! Aprendi a te amar mais ainda.

Mais tarde já andando, corria pela casa e tu apenas com carinho pedias: “Cuidado pra não cair, meu filho”. Depois vieram as obrigações. Minha primeira escola, meus primeiros cadernos e livros... E fui crescendo... Crescendo até que tive de partir.

Que dia triste aquele. Ficaste agarrada a mim sem querer me deixar ir. O avião na pista já com os motores ligado, e só eu não havia entrado. Precisou papai intervir. Ô dia triste aquele na minha vida, mas era preciso. Tinha que trabalhar e ganhar a vida. E assim passei muito tempo fora de casa. De longe sempre te escrevia dando noticias.

Não esqueci o dia que voltei para te visitar.

No aeroporto trajava um vestido verde musgo novinho e usava no rosto uma leve maquiagem. Teus cabelos estavam escovados e teus olhos brilhavam de felicidade.

Quando desci do avião, já fui correndo para teus braços. O que senti naquele momento não se descreve. Foi como se todo o amor do mundo me abraçasse. Demoramos bastante tempo agarradinhos.

Em casa um jantar me esperava com tudo que eu mais gostava e até a sobremesa tu não havias esquecido: Torta de bananas frita e bolo de chocolate com cobertura.

Hoje mãezinha, tens 96 anos. Não exerga mais, mal ouves, mas ainda tocas piano, e agora somos nós os filhos que de ti cuidamos.

Agradeço sempre a Deus por te me dado uma mãe tão bela e carinhosa como tu.

Tu és minha vida, o meu tudo. Eu te AMO!!!

Carlos Neves
Enviado por Carlos Neves em 07/05/2010
Reeditado em 07/05/2010
Código do texto: T2242489
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