O COMERCIO VELHO

Recordo-me, não com muita nitidez, do comércio velho. Tinha ele, forma de um quadrado, e as quatro ruas laterais eram constituídas por casas comerciais como lojas, bodegas, armazéns, mercearias, sapatarias... que contornavam o espaço central onde acontecia semanalmente, a feira livre. Havia quatro entradas, cada uma, numa lateral dando acesso ao interior do mesmo. As laterais internas eram protegidas por alpendres onde havia bancos de madeira. Tanto o calçamento interno como o externo (a calçada), eram de lajes e os pés de benjamim arborizavam todo o contorno externo dando sombra acolhedora às pessoas e aos animais que serviram de montaria para os feirantes, enquanto estes faziam suas compras. Quanto aos animais que transportavam as cargas para a feira eram apeiados na Taboqueira, num terreno baldio perto da ponte, do lado da casa de vovó Pedrozinha.

Dentre os comerciantes da época cito os nomes dos que me lembro: Neco Matias, Zé Moreira, Zé Jucá, D. Conceição Landim, Sr. Manoel Leite, Sr. Irineu Moreira, Sr. Antonio Matias, Sr. João Madeiro, Sr. Nequinho Alves, Sr. Heráclito Alves, Sr. Nezinho Feijó e meu pai Antonio Denguinho de Santana.

Mais tarde, com a mudança do comércio para a rua 26 de Agosto vieram se estabelecer ali D.Santa com o seu famoso café, Chico Inácio com sua bodega e outros que no momento não me recordo.

O comércio velho representava para o povo daquela década (1940) o mesmo que o Shopping representa para a geração de hoje. Além de oferecer tudo para os clientes, com exceção da carne, que era vendida no açougue onde hoje está construída a residência da família do Sr. Joaquim Carolino, era ainda um local de lazer, ponto de encontro para os homens, para as donas de casa e para as crianças que os acompanhavam às compras.