"SÓ VALHO O QUE TENHO NO BOLSO" Crônica de: Flávio Cavalcante
SÓ VALHO O QUE TENHO NO BOLSO
Crônica de:
Flávio Cavalcante
Realidade que muitos não querem enxergar. O dinheiro com toda a sua plenitude e impõe de forma que para o mundo terreno ele pode não ser tudo, mas na prática posso afirmar com toda a convicção de que ele é 100%.
O homem é produto do meio em que ele vive e neste meio ele é um produto com valor ou sem valor, dependendo da quantia que ele possui no bolso. É oriundo de uma massa que possui uma máscara que por fora é cheia de beleza e alegria. Basta levantar essa máscara para desvendar um grande mistério que é desconhecido pela nossa concepção carnal.
É comum vir essa máscara descendo na nossa sociedade que se alimenta de uma hipocrisia fantasiosa não enxergando o homem pela cara, mas, pela grana que ele tem no bolso.
A injustiça sobrepõe a justiça. A sentença de morte é certa para aquele que não dispõe da quantia que eles precisam no bolso. O nosso valor é em moeda local e vigente. Este valor afetará o homem no lado social, cultural e resultando num desastre sócio-econômico.
Saiba que se no seu bolso não dispuser de nenhum valor, mesmo que seja uma bucólica moeda, o melhor a fazer é apelar para Deus ou para o diabo para que eles decidam como resolver a sua vida de amargura e tormento, porque aqui nessa terra de pura ingratidão e materialismo se não contiver valor algum, é sinal de que não valemos absolutamente nada.
Existem os disfarces que completam a visão da hipocrisia da nossa sociedade. Basta estar com a aparência visual em ordem para o tratamento ser de natureza vip, estampando ilusoriamente uma realidade contida na cabeça dos alienados por dinheiro, que basta o homem estar bem vestido para suprir os olhos gordos dos interesseiros, achando que ele está com os bolsos amarrotados de grana.
Em qualquer ambiente você tem, você vale... Você não tem, você não vale. Aplicamos estes exemplos muito em banco, onde o correntista, dependendo do valor depositado em sua conta, será tratado como um rei se tiver uma boa quantia na conta; aí você vira o rei, com direito a água de coco, cafezinho e uma pessoa exclusiva para não deixar o cliente esperando muito; enquanto os de pouca renda estão horas na fila esperando a sua vez, aguardando a boa vontade dos caixas que pela cara estão loucos pera se verem livres daquele que ta quase dormindo na fila pela demora do atendimento.
Vemos a mudança de tratamento até na relação de amigos. Se tiver grana, não vai faltar amigos por perto. Se precisar de grana, estes mesmos amigos vão estar bem longe para ser vítima do pedinte chato.
É desinteressante ter amigos sem grana aos olhos dos aproveitadores; pois, estes, vivem como sanguessugas, bebendo até a última gota de sangue, afim de arrancar os benefícios do aparente amigo, para viver sobre o mesmo sol, dormir na mesma sombra e beber água na mesma fonte, sem ter o menor esforço.
- FIM -