O Conflito no Iraque
Dentre as questões que preocupam o mundo, encontra-se, indubitavelmente, o conflito Iraque – Estados Unidos, um dilema capaz de gerar dissabores e frustrações muito além das fronteiras envolvidas, como provam as manchetes tratando das consequências que invadem o mundo de ponta a ponta. Agora, o leigo, como espectador, o repórter, na linha de frente da batalha e soldado guerreiro sofrem, ainda que em diferentes doses, a mesma preocupação e a mesma angústia. Não sabemos até onde querem chegar estes países.
Meu ponto de vista como brasileiro distante e, confesso, desinformado das reais causas e dos reais objetivos desta carnificina injustificável coloca-me numa posição de grande tranquilidade, embora não menos interessado nos desenrolar dos fatos. A tranquilidade nasce da minha visão positiva em relação aos fatos importantes da vida e, se sou desinformado não me culpo por ser averso a guerras e não acredito que sua imposição vá melhorar o mundo pois, a realidade insiste em nos mostrar o contrário.
Sinceramente, não gostaria de usar minha pena em crônicas deste tipo, pois minha natureza é alegre e descontraída, mas uma coisa nada tem a ver com a outra. O conflito no oriente médio envolve e afeta a mim, daqui, e você aí que me empresta um pouco do seu tempo e a atenção da sua leitura. Você deve concordar comigo que não é preciso conhecer a fundo a história do mundo ou viver pregado às notícias para se dar conta do quanto de negativo estão impregnadas as relações internacionais. Parece uma visão pessimista, mas, como já disse, não é este o caso. A guerra ou a força são quase sempre a saída para o não cumprimento de um acordo ou a resposta a um ato de violência sem precedentes. A questão gera controvérsia, todavia, posso apostar, conta com muito maior aderência do que discordância. É só levantarmos o número de americanos mortos durante o combate e depois dele, até hoje. Sem contar suas famílias, seus amigos e os amigos dos seus amigos.
Seguindo meu modo de ver, leigo e desinformado, não basta ser político e ter influências para acertar nas relações com os outros países. Cada povo é único e cada história um documento imutável. Não é uma guerra que irá transformá-lo. O tiro – ou melhor, os tiros – podem sair pela culatra. Mas, brincadeiras à parte, muitos Obamas far-se-ão necessários para dar fim a este impasse. Se tiver que haver um fim, que seja o acordo pela paz. Triste é constatar os dias, perdidos na memória do passado, que testemunharam o início da briga. Aquela área do mundo é, sem dúvida, um barril de pólvora. Pobres almas que ali nasceram, cujo carma em comum conta com a ação impensada de um Estados Unidos vilipendiado. Não sei exatamente o número de baixas, mas, se isto continuar, quantos World Trade Centers não terão ido abaixo? Terá valido a pena?
Não desconheço a seriedade do caso. Vai muito além do que uma simples divergência de ordem política. Envolve o fanatismo, envolve toda uma tradição secular, capaz de influenciar gerações. De magnetizar crianças e adolescentes. A ponto da desvalorização. Do que nos é mais valioso: a própria vida. Creio ser este paradoxo pernicioso o calcanhar de Aquiles de toda negociação. Porém, tenho fé. Há um Deus. Que não é o deles. Que abomina a violência. Cuja lei maior é não matar. Tampouco se matar. Que pôs o homem no mundo para uma missão a ser cumprida. Cada povo a sua maneira.
Palavras não enchem barriga. Conselhos e opiniões não alteram o rumo da história. Por outro lado, a bem da civilização e em prol da paz mundial, o volume financeiro Empregado em guerras chega a ser fabuloso e imagina que diferença faria no mundo se empregado em fins emergenciais. Que são tantos. Em qualquer parte.
A situação mostra-se evidente quando analisada. Se é difícil colocar em prática é porque há egoísmo. Não posso ver de outra forma. Dificultamos o óbvio, agigantamos a utopia, que nem deveria ter este nome. Morrer pela pátria não é deixar o lar em tenra idade e ir em busca de petróleo. Pois, quando morre um jovem, morre um sonho. E não há riqueza maior do que esta.