ESCRITOR DE NADA

Há escritor e escritorzinhos que consideram criação literária o esvaziar da lata de lixo de suas mentes turbulentas, egóicas e invejosas. De um vômito emocional contínuo fazem esgoto a céu aberto, e pensam que são apreciados por todos. Quanta ingenuidade! Se ao menos se contentassem em escutar os elogios de encomenda!

Alguns vivem a louvar a si mesmos, em vitupério implacável, delirante e contumaz. No mundo existem bobos para tudo, para todos e para todas as ocasiões.

Uma pessoa de talento querendo escrever pode fazê-lo em uma fazenda solitária, no aconchego do seu quarto, enfim, onde tenha paz. Eu acho que havendo talento, possa escrever até mesmo numa fila de INSS, de banco ou de supermercado.

Por outro lado, existem pessoas desprovidas da menor aptidão natural, ou habilidade, que para alimentar o seu ego rasteiro e escamotear a sua insignificância, faz uso da sua língua viperina para farpear pessoas de caráter ilibado.

O que leva um pseudo-escritor a fazer uso da pena para agredir verbalmente a tantas pessoas? Algumas que ele nem mesmo conhece? Inveja? Talvez sim. Quem não tem talento usa a crítica para atingir e desmerecer a quem tem valor. Esse é um conceito de priscas eras.

A ignorância natural não é irônica, não se oculta sob sarcasmos, nem é nefasta ou molesta como o é a ignorância cultivada das pessoas que se empavonam e se orgulham, se achando cultas. Amarga ilusão! Adornadas com o brilho de purpurina da cultura inútil, geralmente são homens de segunda mão, e tentam se projetar como celebridades de verão na fogueira das vaidades. Contudo, no recôndito do seu lar, ou ao mirarem-se no espelho, amargam a sua escassa ou nenhuma importância.

A muitos destes, nada ilumina seu estro, a não ser a empáfia mumificada de serem incansáveis fazedores de péssimos textos e que têm como tema eterno, seus detritos mentais. Para tanto não medem a consequência, chegando ao cúmulo de profanar e deslustrar antepassados ilustres.

Deus tenha piedade de nós!