Estou enamorada da Elisa Lucinda
Estou enamorada da Elisa Lucinda. A Clarice está até enciumada.
Explico. Sou uma apaixonada pela palavra, mas de uma paixão infiel, voraz, curiosa, indo de autor em autor, "inconstante e borboleta". Nesses anos todos, apenas a Clarice teve alguma constância da minha atenção.
É engraçado isso. Eu gosto de ler, leio de tudo. Encanta-me toda palavra. A palavra é algo mágico, sedutor, mais que descrever, a palavra representa, mostra, define. E o faz com força, de forma explicita, sem meios termos, sem entrelinhas. Não consegui, até hoje, encontrar nada mais corajoso e absoluto do que a força da palavra. Se, no começo, era o verbo... é confortador saber que, no final, há o silêncio. Confortável, sereno, encantado, triste, melancólico, feliz, cansado, surpreso. Não importa. O silêncio, quando segue a palavra, é como um abraço depois do gozo.
Mesmo nos áridos anos em que não pude ler livros ou poemas, sempre me presenteei um momento com uma palavra - fosse um artigo, um outdoor, um pensamento, uma frase de pára-choque de caminhão... Sempre parei para olhar com calma, absorver a essência, com o mesmo vagar que se tem quando se quebra uma dieta, saboreando um doce devagarinho já que não se pode fazê-lo sempre.
E, nesta tarde de domingo, me encontrei em muitos versos da Elisa Lucinda. Senti com ela os mesmos sentimentos que me trazem os versos da Clarice. A admiração pela beleza da construção dos versos não é nada, ainda que, sem dúvida, belos, os versos. O que surpreende e fascina é esse sentimento desconcertante de olhar no espelho.
(maio de 2009, depois de ler O poema do Semelhante)
Para quem quiser conferir, segue o link:
http://www.escolalucinda.com.br/bau/osemelhante.htm
Estou enamorada da Elisa Lucinda. A Clarice está até enciumada.
Explico. Sou uma apaixonada pela palavra, mas de uma paixão infiel, voraz, curiosa, indo de autor em autor, "inconstante e borboleta". Nesses anos todos, apenas a Clarice teve alguma constância da minha atenção.
É engraçado isso. Eu gosto de ler, leio de tudo. Encanta-me toda palavra. A palavra é algo mágico, sedutor, mais que descrever, a palavra representa, mostra, define. E o faz com força, de forma explicita, sem meios termos, sem entrelinhas. Não consegui, até hoje, encontrar nada mais corajoso e absoluto do que a força da palavra. Se, no começo, era o verbo... é confortador saber que, no final, há o silêncio. Confortável, sereno, encantado, triste, melancólico, feliz, cansado, surpreso. Não importa. O silêncio, quando segue a palavra, é como um abraço depois do gozo.
Mesmo nos áridos anos em que não pude ler livros ou poemas, sempre me presenteei um momento com uma palavra - fosse um artigo, um outdoor, um pensamento, uma frase de pára-choque de caminhão... Sempre parei para olhar com calma, absorver a essência, com o mesmo vagar que se tem quando se quebra uma dieta, saboreando um doce devagarinho já que não se pode fazê-lo sempre.
E, nesta tarde de domingo, me encontrei em muitos versos da Elisa Lucinda. Senti com ela os mesmos sentimentos que me trazem os versos da Clarice. A admiração pela beleza da construção dos versos não é nada, ainda que, sem dúvida, belos, os versos. O que surpreende e fascina é esse sentimento desconcertante de olhar no espelho.
(maio de 2009, depois de ler O poema do Semelhante)
Para quem quiser conferir, segue o link:
http://www.escolalucinda.com.br/bau/osemelhante.htm