*  foto : o globo

Façamos
               

Os cidadãos no Japão, fazem
Lá na china um bilhão, fazem
Façamos, vamos amar!
Chico Buarque


               “Dancem, façam sexo, mantenham o peso, mudem o padrão alimentar, atividade física regulamentar é fundamental.E, principalmente, meçam a pressão arterial com regularidade.”
               Pois é, desde que o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, fez essa recomendação aos brasileiros e brasileiras no lançamento da campanha de combate à hipertensão, que o tema é assunto das rodas de conversa no boteco, no escritório, nas academias, nos consultórios, nas publicações. Muitos fazem gozação, contabilizam frequencia da “recomendação”, assumem o que fazem.
            Brincadeiras à parte, o ministro tem razão.Dar atenção a todas as dimensões do ser, a todas as necessidade do corpo físico e mental, investir num jeito saudável que melhore as condições e a qualidade de vida, é um ato sensato e inteligente.
            Não tenho dúvidas de que não é preciso ser ministro da saúde ou especialista para ratificar a “recomendação” e os benefícios de hábitos saudáveis, dentre eles o sexo. Se os currículos das escolas brasileiras levassem a sério questões dessa natureza e trabalhassem com a dimensão da informação, da orientação e prevenção, certamente que não teríamos tantas crianças e jovens com tantos maus hábitos na vida e tantos adultos doentes.
            Mas atenção! Tornar o FAÇA SEXO bandeira de ação desprovida de qualquer cuidado, qualquer orientação, desassociada da afetividade que deve pautar qualquer relação que envolva seres humanos é, no mínimo, apostar que devemos apenas obedecer aos instintos.
           É fundamental que pais, mães e toda comunidade educativa atentem para o fato de que é possível canalizar positivamente fatos midiáticos como essa fala do ministro para estabelecer um diálogo com seus filhos e filhas e com estudantes de todos os níveis de ensino e de todas as faixas etárias.
          Falar da sexualidade com responsabilidade é tarefa de quem compreende que todas as dimensões do ser não devem ser banalizadas, tratadas com indiferença, como chacota ou como tabu.
          Façamos mas, com a delicadeza, a amorosidade e a paixão que nos distingue das outras espécies que apenas FAZEM.