Imagem do meu arquivo pessoal.



Meu filho aos quatro anos, vivia dizendo que seria Presidente do Brasil. Mais tarde, aos dez anos, depois que deu um jeito de descobrir seu nome nas notas de cinquenta reais, ficou mais convicto gabando-se:
 
- Viu, mãe! Meu nome já está até impresso nas notas! – Disse com a cara mais malandrinha possível que um menino de dez anos pode ter. Imaginem! Só sei afirmar que dobrando uma cédula, seja de qualquer valor, aparece mesmo escrito Aldo Bra. O nome dele é Aldo Brane.
 
Acredito que muito do que se é seja resultado, seja fruto dos sonhos e brincadeiras infantis. Então, em comemoração ao aniversário de Brasília, viajei no tempo da imaginação do meu pequeno "presidente" e criei o texto abaixo.
 
  SONHOS DE BRASÍLIA!
 
Já aos oito anos de idade o menino era articulado, desembaraçado, simpático. Sempre com um sorriso e um bom dia nos lábios saía cumprimentando a vizinhança. De aparência esguia com aquele ar bonachão, gostava de ajudar quem precisasse de atenção ou maiores cuidados.
 
Subia nos bancos das praças e falava em fazer melhorias colocando escorregos, gangorras, balanços novos e todas outras coisas que meninos adoram ter para diversão. A mãe ria. O pai orgulhava-se. Os amigos admiravam a fala, a intrepidez, a originalidade de decisões.
 
E o menino dizia:
 
- Construirei uma cidade diferente de tudo o que já se viu até hoje!
 
Por mais de uma vez falou nessa cidade imaginária onde em seus devaneios ela era tão real quanto o ar que respirava. E nisso o mineirinho cria com todas as forças que seu pulmãozinho conseguia encher-se para gritar aos quatro cantos seus anseios.
 
Quando escurecia e a hora determinava a volta para casa, o menino mostrava sinais de cansaço de tantas alegres brincadeiras na praça com os amigos. A mãe tomava-o em seus braços acalentando-o num afetuoso abraço:
 
- Sonhe Juscelino... Sonhe meu pequeno JK que amanhã seus sonhos serão histórias.
 
No mesmo momento, na cidade da Maravilhosa, um menino baixotinho de apenas três anos de idade ensaiava uns rabiscos. Dizia que era arte! Que seria como o pai, um grande arquiteto e que seria reconhecido pelo mundo inteiro. Vários papeis jogados ao chão do quarto. Uns amassados, outros não. Muitos projetos arquitetados na cabecinha criativa.
 
Sobre a escrivaninha havia um desenho em destaque que lembrava uma bola partida, sendo que uma metade estava na forma côncava e a outra na convexa. No meio delas, uma grande letra agá. A mãe estranhou o desenho. Curiosa, perguntou ao filho o que representava aquilo.
 
- Um grande projeto para uma grande cidade, mamãe! – Respondeu o menino entusiasmado.
 
Aproximando-se da cama onde o menino já estava pronto para dormir, a mãe afagou-lhe os cabelos dizendo:
 
- Dorme meu anjinho, um dia seus projetos erguerão futuros!


 
No final da folha com o desenho do agá, entre as metades da bola, podia-se ler a assinatura infantil com o nome Oscar.
 
 
O que os dois meninos não sonhavam é que ambos realizariam seus sonhos no ano de 1956 quando JK tornar-se-ia presidente do Brasil cujo projeto dos edifícios de Brasília, a cidade dos sonhos daquele mineirinho de Diamantina seria feito pelo grande arquiteto Oscar Niemeyer.

Sonhos realizados!
 
 
 
 

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