As prenúncias de uma morte anunciada

Outro dia deprimi, sonhei acordado e consegui ter três pesadelos consecutivos.

Pensei em toda minha vida e percebi que entristecia e analisei que não vale a pena estar ligado ao passado, trazendo à tona muitas frustrações e traumas que me marcaram. Decidi apascentar meu coração e deixar as feridas cicatrizarem.

Então decidi dormir. Até que o temido pesadelo-consciente me pegou. Estive em lugar talvez já conhecido. Corri incessantemente de algo. E o medo tão presente na realidade se projetou em outra dimensão. E fugi... Não sei de que ou de quem... Pensei então que há certos momentos em nossas vidas que não para onde correr, fugir não é uma solução correta. Medo? Medo do novo sim! Mas, outros medos configuram falta de confiança em si mesmo.

Segundo estágio: A morte veio me buscar. Sofri e temi. Quando não havia mais forças me senti absorvido. E descobri que a morte não é um mal senão uma libertação.

Me conformei em me desapegar da minha vida, das futilidades humanas e de todas as mazelas sociais. Tive a percepção de quem teme a morte são pessoas infelizes e incapazes de estarem realizadas e satisfeitas pelo simples fato de existirem. Além das superficiais que se apegam ao materialismo.

Não morri e isso é fato. E o terceiro pesadelo deu continuidade a minha longa noite. Estive só mesmo rodeado de pessoas. Vi seres não-humanos, fui apontado, julgado sem direito a defesa e condenado. Condenado a sofrer fisicamente e outra vez assumi a culpa. Como tantas outras vezes que me foi atribuída a culpa de algo que eu não seria capaz de fazer. Refleti sobre o receio humano de ser apontado, de ser mal interpretado, nos levando a viver na insegurança em um estado chamado de pseudo-vida.

Hoje a vida me dá oportunidade de libertação de tais sentimentos. Pois já é tempo de notarmos que devemos viver bem, sem nos preocuparmos como o que pensarão de nós, sermos felizes. Com o direito de viver e com o dever de não prejudica o outro.