Utopia

Hoje de manhã ao abrir meu email, encontrei como sempre recados e mensagens de amigos que me enviam quase que diariamente. Ao ler a crônica do meu amigo e colega de trabalho, Antonio Calixto, falando sobre a “venda” que seu irmão já falecido tivera, hoje conhecida como supermercado, levou-me a um passado de saudades.

Acho que estou em crise com o tempo que passa depressa demais. Vivemos correndo quase sempre por nada, como se o tempo fosse esgotar a vida. A tecnologia veio e está sugerindo velocidade.

Antes eu tinha um passado, presente e futuro. Adorava quando minha avó Maria contava a histórias dos seus antepassados, que vieram de Portugal, para tentar a vida no Brasil. Meus pensamentos e imaginação iam longe.

Meu presente era ser criança livre, que brincava, corria e estudava e vivia pensando e sonhando com o futuro, o que seria quando crescesse? Como seria o mundo? Sonhava com um mundo simples e descomplicado, cheio de esperança.

Quando criança tinha amor e respeito pelos mais velhos, confiava nos meus pais e avós. Eles tinham toda sabedoria e amor que eu precisava. Tinha medo de escuro, de fantasma e de bicho papão. O medo que vejo hoje no olhar das crianças é de tristeza e desconfiança.

O que mudou nos valores que aprendi quando criança? Mais vale ter do que ser?

Quando deixei de sentar na calçada da rua, para trocar conversas com meus vizinhos?

Quero viver a verdadeira vida, simples como o amanhecer.

Quero um mundo melhor, mais humano, onde exista amor e solidariedade, vida e não sobrevida.

Será utopia?

Blog "Arte de viver" http://www.jocelema.blogspot.com

JÔ ANDRADE
Enviado por JÔ ANDRADE em 05/05/2010
Reeditado em 06/05/2010
Código do texto: T2238832